la caisse du mouton
Antoine de Saint-Exupéry

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fora como se alguém tivesse chamado um exorcista. quase se poderia estabelecer uma data para a libertação. Deitei-me no chão, e não é fácil. hoje poderia fazer uma festa em honra desse dia da irmandade. mais tarde, houve bolo. as fitas, bolas e luzes de natais passados ficaram em pousio para quiçá um dia retomarem as suas funções em condições mais férteis. seguiram-se os dias de boas novas. noites de efeitos finitos. que se acompanharam de dias de dor de barriga. a vida continuou. aprendi a dançar, mesmo com temperaturas altas. comecei a ouvir ecos no peito. perdi o cuidado porque sim. desejei. procurei dizer silêncio, mas aconteceu música. era tempo para uma vigilância que se descuidou. os sonhos de viação foram argumentados. a insegurança na estrada precisou de um duche de água gelada. a seguir fui ao cinema por conselho de minha mãe. despi-me no dia em que o circo partiu da cidade. parti também, para o campo, passear pelos pomares. quando voltei do passeio estava tudo radioso. foi assim que olhei. achei por bem ter o cuidado em avisar que a minha cova não me interessa. abriram-se janelas enquanto as portas permaneciam fechadas. eram muitas madrugadas. e milagres de espinha e osso. e a flagelação. a primavera trouxe ainda mais primavera. assim enviei uma mensagem a pessoas anónimas mas não tanto, por quem senti sentir, essa mensagem foi, afinal, profética. o certificado de aptidões concordante com a profecia seguiu-se aos braços esticados. eis que se deu mais um bocadinho da bestialidade da compreensão humana. a partir daí a vida continuou a continuar. e o caminho parece simpático. porquê? porque desaprendo muitas vezes, mas ainda não desaprendi que há sempre algo em que acreditar. nem que seja no mais pequenino sinal humano. suspeito que será muito doloroso o dia em que me falhar a intuição sobre a bela natureza daqueles com quem vou privando. todos. quase conseguiria acreditar num pai do céu. assim, acredito nas gentes da terra. continuar por aí. as cegarregas. acknowledging (or whatever) ourselves. eachothers. não é magnífico?


the journey
Jan Saudek, 2001



I see a darkness, Bonnie Prince Billy
esta canção porque sim :p

I'm sandra aka margarete ~ acknowledgeyourself@gmail.com












































Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.


Alberto Carneiro