mais noite. fracções. não sei em que estrada desta cidade, mas foi nesta cidade, isso sei. abrandei o carro, não sei se devido a um sinal vermelho. vermelho, enquanto sinal, parece-me lógico. parei, ou abrandei, e o carro desfragmentou-se. assim, ali, parei, ou abrandei, e o carro ruiu. as portas caíram para o lado, as rodas soltaram-se (mas não rebolaram pela estrada fora, caíram, ali, assim), não sei o que foi feito do tejadilho (sei que não caiu sobre a minha cabeça), muitas porcas e parafusos, pistões, bielas e dessas peças todas, assim fiquei de volante na mão. foi isto, seguido comigo a caminhar pela cidade fora, de volante na mão (sem fazer movimentos de torção, só, assim, ali, a segurar o volante com ambas mãos, firme). ria. e ri. pela cidade fora. real. é
acordada ri.
Ò! as psi-analíticas de almanaque que se podem espremer dali! daqui.
acordada ri.
Ò! as psi-analíticas de almanaque que se podem espremer dali! daqui.
nada sei do motor. não sei.
adormeço acordada a noite.
dançar com os habitantes. porque não? ora! carpir a existência sisudos [pólo A]? festejar a vida com manuais patetas dos sorrisos forçados [pólo Z]? acorde-se! representar o cómodo papel de ombros encolhendo porque nada sabemos? que se faça culto. (somos) ateus politeístas. afasto os pólos. renego-os. a casa não pode estar limpa! cabes lá dentro. sorriso. as roupas mostram o molde dos corpos que vestiram. e fedem, sim. segregam molhados o que houver a segregar. ilimitado. pleno. e viveremos o sufoco nos dias em que há sufoco, pois se é a entidade, o ser.
photo de Gregory Crewdson