la caisse du mouton
Antoine de Saint-Exupéry

lifted veils & facing facts

René MAGRITTE, Portrait d'Edward James (La Reproduction Interdite)

Portrait d'Edward James (La Reproduction Interdite), René Magritte
1937

[ instantes palavras para quê? ]

A imagem "http://i2.photobucket.com/albums/y36/photodogs/karinabrys-CubaSantaKlara2002.jpg" não pode ser mostrada, porque contém erros.

Karina Brys via Bruno Espadana

[ instantes palavras para quê? ]


Separar diplomacias
Crianças orfãs da Coreia do Norte cantam hinos patrióticos num orfanato da província de Sinuiju. O Programa Alimentar Mundial (WFP) apelou hoje aos países dadores para separarem as negociações sobre o programa nuclear norte-coreano das questões humanitárias...
Foto: Reuters/Programa Alimentar Mundial
(foto-legenda do última-hora , Público.pt)

toujours, je suis pas

A imagem "http://www.paintingstogo.com/magritte/the_listening_room_1958.jpg" não pode ser mostrada, porque contém erros.
The Listening Room, René Magritte
1958

preciousss

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inner favours

Opiates [ in need - forsaking the voices ]

Lay on thy dirt.

Reality's here,
keep our memory beside a dream. Do you stand...? Can you?
May you lay down? Sit. Catch! Good! Nice. Here's a cookie.
I can't hear you. Fatigue is nothing but you in your foulness.

Duck & do not cover. Sing me anywhen & I’ll feed ya’needs.









Zdena, Jan Saudek

menina-alice, aqui está mais uma com numb ;)

na antologia do esquecimento

Interpretação por Ventilan
no
Insónia

árvores e poemas

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[José3.jpg]

Sr. José sentado à porta do celeiro - Ana - no pescada nº5

declaração

Para efeitos sou alguma coisa velha à espera da nudez. Encubro plicas. Faltou-me indevida a burca vã. Apalpo vestes uma a uma adoptando as calças de minha mãe. Ambiciono entender de que contêm simples as papoulas Primavera adentro. Sou alguma coisa entre quatro estações. Esta carne arrefece se a afasto do isolamento. O esgar que aqui vêem acontecido é uma imitação reles à face. Consumi as expressões no curso de entender genuinidades. Restam esconderijos entre mim e mim. Estreita a emergência: agasalhar os recatos, são meus. O esgar que aqui vêem acontecido porventura verídico.

monocromática

A luz insiste eu - estou branca. Não, a luz não se trata de
anatomia. Se
se tratasse era uma pirueta sem labareda. Rigor: As alegações visuais andam no chão.
Brechas queimadas sem peritagem.
Assei palavras sentidas. Colho as folhas. Espio. E à roda de mim escuro labilidades.
Exceptuo do choro uma história se a
bem lhe quero. Alegre não. Estou branca, vencida da luz
perdi lengas fiquei a cantar mal ou bem. Branca nem quero.

meu querido sono

Hoje é Dia Mundial do Sono.
Vivi mais de 3 anos com alterações de sono, estando há cerca de 1 ano reconciliada com o mesmo... celebro o sono todos os dias!
Viva o meu sono!

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lullaby

à pessoa que me iniciou no mundo da sobrevivência

- fantasia, sonho, nonsense, riso e algumas lagrimitas ao canto do olho



feliz dia do pai a todos vós :)



still do filme Big Fish de Tim Burton

levas... pagas

violência doméstica versus violência estatal



Nan one month after being battered, Nan Goldin (1984)

links e uma coisa cá dentro

os links deste blog estão uma barafunda e ainda não é hoje que me apetece fazer a lida da casa, mas urge o destaque para este blog que tenho visitado religiosamente...


...de onde trago este vídeo, digamos que é uma celebração ao facto de ser sexta-feira, ou tão só porque qualquer coisa cá dentro se sente muito bem, como uma paz



bom fim-de-semana, pessoas

[ respostas ] o que sobra

not just another poem about children

Elliot Erwitt
Recortei pedaços dúbios que distribuí pelo pavimento.
Olhei aritmeticamente as tuas mãos e a casa. Cabes
dentro dela que cabe dentro das queridas dispersões.
Fica a sobrar a barafunda concentrada da minha higiene.

E eu a nadar na fossa. O quintal brida a ponte cardada
ao mundo. Conserto cálculos auxiliando o brio da
desproporção alinhada no derramamento destes serões.
Estou cada vez mais pequena. Decresce a altura algures
(hajas ser nada de elevação entre o pó e a concepção).

Poderia ter sido a minh’alma. Minguam respostas a
curtir as desavenças das opiniões que outrora tecera.
Restauro dúvidas. Uso um garfo que estanco noutra
interrogação a prenunciar-se alvoroçada. O coração
salta moderador - Negociarei uma forquilha no dia
em que desprezar o combate pelo discernimento
.

Arrumo quietos os pedaços cerzidos nas horas de
gnose do não-saber. As horas vivas. Não conto as
humilhações, cada rodada de desapego é largada nos
cantos vastos. Arejadas as nódoas, as horas vivas
deixam-se à mercê de novos naufrágios. E o coração
sem respostas espalha desapegado o pescoço no
tronco – Jamais entenderei a perseverança.


Face of a Woman, Joel-Peter Witkin
2004

segmento de percurso involuntário e inconsciente [ processos da cabeça e do pescoço ]

Sentia-se. Era um sentimento. O sentimento prostrava gutural à beira
rebentou a glândula que não foi, mas é capaz de esvaziar à custa das razões. A consciência era um aperto, fazia /g/. Repetia /g/, não conseguia desbloquear.
Enfraqueceu e passou a fazer /k/. /k/. A língua desceu e adormeceu no chão. O sentimento ficou sem som. Áspero de fraqueza, o pressentimento sumiu.
O pescoço enrijou e a cabeça empedernida extinguiu o móbil do sentimento.


Head and Neck by Tony Bevan (b.1951)

Head and Neck, Tony Bevan

exercício à base de água vazia

Fui embora ontem ainda não voltei
aqui

não foi uma foleira alucinação vertiginosa nem foi nem fui e fora todos os adjectivos fora
pouco que muito pode ser a raiz a estalar da solidão toda, repito, da campa
toda

ontem fui embora ainda aqui voltei
atrás para procurar não sabia de que
possibilidade havia esquecido algum
papão

cheguei que devo ter chegado a sítio alguma coisa devo ter chegado mesmo nada
cheguei

mesmo à hora acertada a raiz dobrou uma esquina de cores primárias e partiu
se a ponta solta fosse menos uma
hoje seria zero de fundações a árvore.


Exercícios:
#1
se a ponta solta fosse menos azul
se a ponta solta fosse menos amarelo
se a ponta solta fosse menos vermelho
se a ponta solta não fosse luz
#2
hoje seria zero de fundações a árvore.
hoje é zero de fundações a árvore.
hoje era zero de fundações a árvore.
hoje foi zero de fundações a árvore.


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foto de Carlos Veríssimo

Radiohead - A Wolf at the Door



música rapinada à cachopa, dolphin.s

numbness & walls




I hurt myself today, to see if I still feel, I focus on the pain, the only thing that’s real, The needle tears a hole, the old familiar sting, try to kill it all away, but I remember everything. What have I become, my sweetest friend, everyone I know, goes away in the end, and you could have it all, my empire of dirt, I will let you down, I will make you hurt, I wear this crown of thorns, upon my liars chair, full of broken thoughts, I cannot repair, beneath the stains of time, the feelings disappear, you are someone else, I am still right here. What have I become, my sweetest friend, everyone I know, goes away in the end, and you could have it all, my empire of dirt, I will let you down, I will make you hurt, if I could start again, a million miles away, I will keep myself, I would find a way.



It began when they come took me from my home and put me in dead row, Of which I am nearly wholly innocent, you know. And I'll say it again I… am... not… afraid… to… die. I began to warm and chill To objects and their fields, A ragged cup, a twisted mop The face of Jesus in my soup Those sinister dinner meals The meal trolleys wicked wheels hooked bone rising from my food All things either good or ungood. And the mercy seat is waiting And I think my head is burning And in a way I’m yearning To be done with all this measuring of truth. An eye for an eye tooth for a toot hand anyway I told the truth And I’m not afraid to die. Interpret signs and catalogue blackened tooth, a scarlet fog. The walls are bad. black. bottom kind. They are sick breath at my hind They are sick breath at my hind They are sick breath at my hind They are sick breath gathering at my Hindi hear stories from the chamber How Christ was born into a manger And like some ragged stranger Died upon the cross And might I say it seems so fitting in its way He was a carpenter by trader at least that’s what I’m told Like my good hand I Tattooed e.v.i.l. across its brothers fist That filthy five! they did nothing to challenge or resist. In heaven his throne is made of gold The ark of his testament is stowed a throne from which I’m told All history does unfold. Down here it’s made of wood and wire And my body is on fire And God is never far away. Into the mercy seat I climb My head is shaved, my head is wired And like a moth that tries To enter the bright eye I go shuffling out of life Just to hide in death awhile And anyway I never lied. My kill-hand is called e.v.i.l. Wears a wedding band that’s g.o.o.d.`tis a long-suffering shackle Collaring all that rebel blood. And the mercy seat is waiting And I think my head is burning And in a way I’m yearning To be done with all this measuring of truth. An eye for an eye And a tooth for a toot hand anyway I told the truth And I’m not afraid to die. And the mercy seat is burning And I think my head is glowing And in a way I’m hoping To be done with all this weighing up of truth. An eye for an eye And a tooth for a tooth And I've got nothing left to lose And I’m not afraid to die. And the mercy seat is glowing And I think my head is smoking And in a way I’m hoping To be done with all this looks of disbelief. An eye for an eye And a tooth for a tooth And anyway there was no proof Nor a motive why. And the mercy seat is smoking And I think my head is melting And in a way I’m helping To be done with all this twisted of the truth. A lie for a lie And a truth for a truth And I’ve got nothing left to lose And I’m not afraid to die. And the mercy seat is melting. And I think my blood is boiling And in a way I’m spoiling All the fun with all this truth and consequence. An eye for an eye And a truth for a truth And anyway I told the truth And I’m not afraid to die. And the mercy seat is waiting And I think my head is burning And in a way I’m yearning To be done with all this measuring of proof. A life for a life And a truth for a truth And anyway there was no proof But I’m not afraid to tell a lie. And the mercy seat is waiting And I think my head is burning And in a way I’m yearning To be done with all this measuring of truth. An eye for an eye And a truth for a truth And anyway I told the truth But I’m afraid I told a lie.




More productive comfortable not drinking too much regular exercise at the gym (3 days a week) getting on better with your associate employee contemporaries at ease eating well (no more microwave dinners and saturated fats) a patient better driver a safer car (baby smiling in back seat) sleeping well (no bad dreams) no paranoia careful to all animals (never washing spiders down the plughole) keep in contact with old friends (enjoy a drink now and then) will frequently check credit at (moral) bank (hole in wall) favours for favours fond but not in love charity standing orders on Sundays ring road supermarket (no killing moths or putting boiling water on the ants) car wash (also on Sundays) no longer afraid of the dark or midday shadows nothing so ridiculously teenage and desperate nothing so childish at a better pace slower and more calculated no chance of escape now self-employed concerned (but powerless) an empowered and informed member of society (pragmatism not idealism) will not cry in public less chance of illness tires that grip in the wet (shot of baby strapped in back seat) a good memory still cries at a good film still kisses with saliva no longer empty and frantic like a cat tied to a stick that's driven into frozen winter shit (the ability to laugh at weakness) calm fitter, healthier and more productive a pig in a cage on antibiotics.




Hello. Is there anybody in there? Just nod if you can hear me. Is there anyone home? Come on, now. I hear you’re feeling down. Well I can ease your pain; Get you on your feet again. Relax. I need some information first. Just the basic facts: Can you show me where it hurts? There is no pain, you are receding. A distant ships smoke on the horizon. You are only coming through in waves. Your lips move but I can't hear what you’re sayin. When I was a child I had a fever. My hands felt just like two balloons. Now I got that feeling once again. I can’t explain, you would not understand. This is not how I am. I have become comfortably numb. Ok. Just a little pinprick. There’ll be no more - aaahhh! But you may feel a little sick. Can you stand up? I do believe its working. Good. That'll keep you going for the show. Come on its time to go. There is no pain, you are receding. A distant ships smoke on the horizon. You are only coming through in waves. Your lips move but I can’t hear what you’re sayin. When I was a child I caught a fleeting glimpse, out of the corner of my eye. I turned to look but it was gone. I cannot put my finger on it now. The child is grown, the dream is gone. I have become comfortably numb.

{...}

Se sinto as pestanas choro muito por aí além.
Ando cheia de sono de ti e penso que é o desfecho
de ter a pança a dormir nas horas em que te amo.
Há bocado andava por além do que deveria ser
o dia a clarear e enchi muitas palavras que não sei
apalavrar. Não saltei na preocupação quando
o doutor me diagnosticou os pingos de mulherio
carpideiro que se esboçavam na cópia do meu peito.
Respondi-lhe
doutor, perdi a esperança sei que ela é mais feliz.

Na outra semana encontrei-a, ia garrida rodada de
Autonomia. Perguntou-me por mim e mostrei-lhe.
Confirmámos que a fé não era irmã dela, ela é mais
contente. Escusámos o resto do tema e rimos do
poemário que arrebentava nas suas saias. Não
demos mãos nem comemos gelados ou chocolates.
Mostrei-lhe que não trago nada senão o que tão
perto estava aqui.

À verdade, o doutor respondera que faço muito bem,
nem fiquei feliz, ora, já sabia! Esperança troçou da
contra-resposta e riscava bolas cheias de olhos na
areia, disse que eram nada fechados e apagou-os.
Gostava das bolas na areia e tiveram o seu tempo.
Esperança perguntou se eu sabia e claro que não.
Como poderia saber explicar se não sei a explicação
nas horas em que te amo.




Mary Ellen and Hand, Ralph Gibson

a girl's gotta do what a girl's gotta do

Deves pensar... deves!

(não te esqueças que eu também uso óculos... e - às vezes - compro o jornal)

photo

- não vás (súplica à desordem natural)


Lavado o teu corpo todo com pus a sobressair
à pressa saltaria de trás para a frente a agarrar
a vida toda que era o resto afinal certeiro final
a razão a falar dizer coisas sobre a terra e nós
bichos amorfos compostos a virar como húmus
lavados. À lentidão dos olhos a engolir soluços
lavado o resto da tua língua órfã lambida do
útero que me não foste e plantaste. Lavados no
pesadelo de cabelos molhados da almofada a
amortecer a queda do sono sujo. E eu a cair.

Um dia odeio isto tudo viva. O meu pesadelo é
quero morrer antes de tudo. Desencontros e são
fugas, já me ultrapassaram. Odeio a minha dor.









série [ arrepios na espinha ] ou [ ditos do demo ]

A glória ou o mérito de certos homens consiste em escrever bem; o de outros consiste em não escrever.

Jean de Bruyère in Bartelby & Companhia de Enrique Vila-Matas

nascido é







Quando nos desnudámos dos gritos
deitaram-se as vergonhas fora das
horas resguardadas do desprezo
cresceram pêlos entre cada membro
a berrar plasma de sustos entreabertos
nas feridas. Nuas desgastámos as rochas
nocturnas em passeios paralelos a
dobrar geometrias possíveis que a
lógica nem sempre acerta. Nua
lapidada a dor das cabeças ardentes
encontrou visão nas horas. Senti acerto
contínuo, o ventre a porfiar nascido o amor.






INQUIRY, UNTITLED 8, Ralph Gibson

a quatro mãos e quatro patas, a amizade a toda a pele

Revirámos as palavras e elas surgiam na terra húmida.
Umas vinham com pressa, outras nasciam-nos ao dia
e à noite em respeito à mora natural da incubação.
Estávamos juntas e a solidão toda arrumada dentro de nós.
Espalhámos o belo inteiro que nos tem sido privado.
As palavras não nos mentem, são tão só isso, o símbolo.
Deixamos a cada sempre que palpitem.
O ser pessoa nunca cala a biologia da coragem.
Poucos sítios são estar em casa.
Sabemos que chegamos quando à entrada se lê "amiga".

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photo: dolphin.s


Feliz Aniversário, amiga!
menina alice, margarete e niky

{...}

Apetecia-me escrever que a escrever
estas vezes consigo chegar arrancá-las
palavras dentro como minha carne sem
sangrar apetecia-me pari-las agora com
sem dor fazer minhas filhas expressão

de me sentir. Há tanto tempo saudade.



update - anúncio oficial

there's a new menina e moça, cachopa e gaija on the blog

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Charles Blackman

poema: já não gosto de futebol

Oh, Mourinho, porquê isto vindo de ti?
Eu, que sempre bem te vi, daqui lá ao
Chelsea, dos totós invejosos te defendi
e agora assim me pagas 2 a 1. És mau.

Oh! Porquê?!
(e tu, Helton, também já não gosto de ti)

um dia, muitas vezes, as vozes ruminam "não sois vós, sou eu"

Surgiu-me e escrevi, era o fazedor de composições
a mascar-me ao ouvido palavras surdas. Falsificava
vogais para fora e deixava cair migalhas, juntei-as
num molhe de fones e fiquei cá a gargarejar. Era o
medo de ver que lia alto a maus tons os que nunca
fugi de esconder. Armadilhei a folha com borracha,
mas a carga do lápis expunha-se nos socalcos. Com
tanta força cerrei os olhos, mas maus, inoportunos,
os dedos palparam tudo até à exaustão do susto. Ó!
O meu tronco tremeu tremelicou no mundo mudo e
enfim girava à minha volta. Eram os ditados de não
querer falar do que falhou e eu não latia. As cinzas
nas pontas das unhas ainda mancham tudo o que aí
toco. Não sois vós, sou eu, disse o fazedor a mascar.

divulgação



no blog Bioterra de João Soares

em redor da verdade

Deixo a pele inundada perante incertezas
via aérea do pesadelo eis as dúbias origens
emergir não sei onde acabei começo agora.

- o óbvio -




photo

anafados, os velhos ficam a falar sozinhos no restelo

A bolota bate na perdigota. O povinho julga
que ordena. Batem miúdos girinos. As suas
cabeças dão cambalhotas aos estratagemas e
o vence o quê? A náusea. Enfastiado silêncio
damos. Afinal, quantos passos para à frente?
As mãos cheias de eczemas não servem para
conspurcar consciências. As frases curtas serão
sucessos perante travões ameaçadores de esboços
da vil coerência. Sim. Não. Nunca talvez jamais
não sei. É certeiro o percurso até à parede já foi
percorrido. Esta pedra, guardo-a para a colecção
que construirá um muro no final. Doçura não está
nos versos do futuro a queimar vinganças. Regras
aperfeiçoam-se a par técnica da tortura grátis ao
interior alheio. Em prol da sentença humana sobre
O poderio.

Desinfecta-se a cara do cuspo infectado, nascido
grunhido não-primário criado à imagem de seus
pais. Um passo para fora. A bolota bate na perdigota,
a perdigota desanda para comprar mais um cadeado.
A bolota apodrece de tão gorda, consumida de si
ditada afinal popularucha a desconfiar das luzes
que incidem na sua sombra e a repetir provérbios
sem saber ler. Desfeitas sem razão dobradas são.
Desconfia-se do futuro, recordando-se o passado.

Study after Velazquez's Portrait of Pope Innocent X, Francis Bacon

Sim, m'lher, tb penso que este vai bem com isso.

Infelizmente, não tão longe (nem tão diferente) vai bem com outras coisas

1º Concurso de Fotografia União Praiense

O Clube de Fotografia de Setúbal está a colaborar com os nossos amigos da União Praiense na organização do "nosso" 1º Concurso de Fotografia :)
Até dia 01 de Abril, aguardamos pelas vossas fotos!!





Podem fazer o download do regulamento aqui: REGULAMENTO


links:
Clube de Fotografia de Setúbal
União Praiense


masturbação na actualidade [ sem excitação ]

Sectarismo.
Opinião.
Imposição.

Exclusão e asneiras - tolerância.

Poder. Vazio.

Absolutismo versus fanatismo. Versos sobre o nada.

Lutas vãs na vertigem de não parar
movimentam linhas repetitivas de
palavras bloqueadas nas mentes.
Servis não servem a quem lhes serviu.
A cabeça serve para arrumar uma série
de decretos decorados nas horas vazias
do medo cheio disfarçado nos tempos-livres
com poemas e frases-feitas sobre o cheiro
da terra e a máscara do gosto pelas coisas
simples. Reviram-se os olhos em pose de
quem - quase - perde a paciência mas insiste
a tentativa ateia de evangelização de recrutas
pela admiração de suas pessoas. Os deputados
das bancadas confrades aplaudem de cabeças
programadas e emoções à cata de aprovação
– Muito bem! Muito bem dito, sim senhor!
Mais um ponto para a carneirada. Mé.
Os cabritos-peão mascam a sorrir a impressão
de aceitação, os bodes e cabras-mor incham.
Não implodem. Ainda. N i t r o g l i c e r i n a.
G l i c e r i n a. Ao cu, lubrificados + uns tantos
otários, incha o ego mais um grão. Cristos a
caminhar por aí, intercalam, contrariados –
o trono à vez, admitindo – agora eu, depois tu -
se não partilham a realeza deixam de ter quem os
aplauda. Discípulos - bem, quem nasceu para
discípulo nunca chega a Cristo, mas basta-lhe
sentir no pêlo uma mãozinha divina de quando
em quando para sobreviver ao oco da
erudição – de facto, não há Redentores.

Apenas palermas, chatos a arrumar
o medo em gavetinhas organizadas.
Ide em paz. Palavra aos Salvadores.
Bem-aventurados os que têm medo
a fugir da própria tirania. Aleluia.



Última ceia, Leonardo da Vinci


A L E L U I A.

O nó à volta da alma não é frouxo

Não sei de onde nos vêm, na infância, certas imagens que vão chegar a ter significado decisivo para nós. Desempenham o papel dos fios que há nas soluções químicas, e à sua volta se cristaliza o que é nosso sentido do mundo.

(...)

Tais imagens constituem um programa, criam o capital sólido da alma que bem cedo nos é fornecido com pressentimentos e sensações de que só temos vaga consciência. Parece-me que o resto da vida é passado a interpretar essas intuições, a dominar-lhes todo um conteúdo que devemos conquistar, a filtrá-las ao longo de toda a dimensão intelectual que podemos atingir. Estas imagens precoces indicam ao artistas que limites a sua criatividade tem, criatividade que mais não será do que resultado de dados já existentes. Já não descobrem nada de novo, só aprendem a compreender de vez, e melhor, o segredo que lhes foi oferecido. Aliás, a arte nunca encontra o sentido oculto de um tal segredo. O nó à volta da alma não é frouxo, desses que cedem quando se puxa a ponta da corda. Pelo contrário, aperta-se cada vez mais. E então manipulamos esse nó, acompanhamos as suas voltas, procuramos-lhe o fim, e de tais manipulações é que a arte nasce.

Bruno Schulz, As Lojas de Canela
(Tradução de Aníbal Fernandes, Assírio & Alvim, 1987)
retirado de as laranjas

conciliação, apregoarei às árvores inteiras que és tu

Não há orvalho que te oiça
não puxas amorais pulmões
poderia profetizar 9 pedras
rosadas paredes de cometas
diria poderia um dia nunca
partirá a pedra deste punho.
Com olhos de fel luz o espelho
ao ardume da castidade suada
a cal saudosa na mãe, entende.
Querida, cuida árvores inteiras
cresce os teus fonemas sem baba
(fecha a boca). As minhas pazes
em que mão as tens? Entreabre
por favor pinga-me a tua vida
alegra-te –me por favor lava
o castigo fora minha posse a
arranhar-te a luz. Carne. Asa
da minha outra carnificina.
Deglute, é tua a minha desunião.




The magic that is me #3, Cornelie Tollens
2000

I'm sandra aka margarete ~ acknowledgeyourself@gmail.com












































Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.


Alberto Carneiro