mas o sono ronda o corpo até encontrar uma ferida por onde entrar.
e adormece o sangue num torpor de chumbo
rarefaz a luz e coagula o ar na árvore dos pulmões
e quando desperto
estou rodeado
de constelações desconhecidas
e o mundo afogou-se em silêncio, muito para lá dos meus dedos
(gato) - o que é que perdeste?
- o meu coração de arame.
(gato) - ah...
- não sabes nada sobre isto, tu que andas sempre por aí a bisbilhotar?
(gato) - só sei que fazes ruídos esquisitos quando dormes...
(...)
in Coração de Arame de José Carlos Fernandes