la caisse du mouton
Antoine de Saint-Exupéry

lugar comum

voarei e a deslocação de ar não me provocará frio
planarei a água
se desejar, molho o corpo, e não terei frio


photo: Bruno espadana

shiuuuuuuuuuu [boas noites]

a menina, que não seria a das alianças, completou, algures, 7 anos, neste dia que passou

.
a noiva, lá, prepara-se para receber a aliança, a tradição ditará que lance o ramo


aqui, deseja-se boas noites e não se olha de súbito, o horizonte pode ser só uma palavra
.
mas não é, não o é
.
porém, o desejo é de boas noites

bom dia

o dia que passou trouxe muito mundo, ao lusco fusco voei, a noite será curta, venha mais um dia que eu aproveito
não é tão importante, para onde subitamente se olha

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Happy Birthday

;D*

may all your dreams become true!... little_blue_princess

pedaços destes dias

# não tenho coisas para dizer
# não li nada que interesse partilhar
# ainda não voltei ao cinema depois da época estival
# não tenho visto fotografia que me maravilhe
# o bolo de chocolate continua a calhar-me mal
# a música, não comento
# apetece-me dançar, ora essa!
# a vidinha assim anda e desanda
# poesia? qu'é isso?
# o gato vai bem, obrigada
# a mamã completou 60 anos ontem, os seus olhos estavam felizes junto da família:
- vamos passear, dar uma volta, lanchar, sei lá, qualquer coisa, fazes anos
- então leva-me ao cemitério
- ao cemitério?!
- sim, quero ver o meu pai e a minha mãe




photo da minha amiga (sim, quero deixar aqui escrito amiga, minha): Salamandrine, Galeria Prazeres

horas comuns [no comments]


an old people's home(1993), Jaro Sykora

Palavras de xadrez

Blood on spit


Blood on spit, Gilbert & George

O homem que na sala jogava
calava as palavras para dentro
e numa partida imaginava
um mundo a girar livre e diferente

Em fundo as notícias confirmavam
Outra sonda perdida no tempo
Fome, guerra, rastos de outras tramas
Imagens do seu olhar atento

Muito tarda a vida a ensinar

Vermelho a poente, de repente
xeque ao rei, será mate por fim?
tomba uma peça à sua frente
numa dança inquieta , em frenesim

Faz de casa em casa o tabuleiro
vai sozinho na sua aventura
lá fora passou um aguaceiro
como um leve sonho que perdura

Muito tarda a vida a ensinar


João Afonso Lima

A uma mulher

Quando a madrugada entrou eu estendi o meu peito nu sobre o teu peito
Estavas trêmula e teu rosto pálido e tuas mãos frias
E a angústia do regresso morava já nos teus olhos.
Tive piedade do teu destino que era morrer no meu destino
Quis afastar por um segundo de ti o fardo da carne
Quis beijar-te num vago carinho agradecido.
Mas quando meus lábios tocaram teus lábios
Eu compreendi que a morte já estava no teu corpo
E que era preciso fugir para não perder o único instante
Em que foste realmente a ausência de sofrimento
Em que realmente foste a serenidade.

Vinícius de Moraes

Julia Margaret Cameron

I Wait, Julia Margaret Cameron (1872)

acrescentar à minha lista de utensílios

Casa onde não há pão

todos ralham e ninguém tem razão.

seguir o link e dar de caras com a escrita

nota não posso garantir, mas suspeito que este se está a tornar num blog para divulgação de outros.
a culpa é deles, dos outros blogs, não tinham nada que me deixar em constante espanto.



Compêndio de Ciências: Cinco. Cartografia; Seis. Geografia Humana.

e

KLEENEX


António Tavares Lopes d'a estrada

depois da tempestade

instala-se um relógio-bomba que só desperta para desfazer partes e não o todo, é um relógio-bomba sádico.

R.I.P.

os seus filhos estavam longe, desesperadamente longe. o filho morto e as filhas vivas, todos mortos. não descansavam em paz. ninguém anulava o desassossego que as cinzas trouxeram. pudesse morrer, queria metástases pelos pulmões, depois o cérebro (já afectado) e a dança final pelos ossos, dizem que é nos ossos que se dá a mais intensa dor. tinha de escolher os ossos, não vislumbrava automutilação mais perfeita para o seu tempo. pudesse morrer, era assim que o desejava. desenganou-se, não se deixou viver pelas mentiras. jamais permitiria fugas à genuinidade. era uma senhora. as senhoras devem ser íntegras, as senhoras devem padecer de honra, dignidade, sim, dignidade faz pandan com senhora. a dama e a puta, ambas sabiam que a inquietação se revelaria intermitentemente. a dama e a puta, ambas se aninhavam consigo e diziam shiu à aflição que fazia bolas de sabão dentro de si, era a menina. entretanto, a senhora perdia o decoro de si.

I'm sandra aka margarete ~ acknowledgeyourself@gmail.com












































Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.


Alberto Carneiro