algumas maleitas têm remédio. outras, fatais, celebram-se com a crucificação. as vias não são sacras. são terrenas. os remédios vão sendo engolidos até à última instância. o caminho que se faz até cada instância sublima a balança. cada gesto terreno é resultado da busca. por vezes, as células são tão agredidas que reagem em contra-vida. essa contra-vida revela-se (quase sempre) fértil. dá-se, então, a hemostase. como quem diz que a aflição terrena deixa o corpo terreno. se o peito continua a inquietação, a Terra terá de ser revolvida de novo. acontecem novas mortes. os novos mortos ficam confusos porque, em vida, haviam esquecido que se morre vezes infinitas durante a Terra. (a saúde de esquecer a morte em vida). dão voltas nos lençóis dos seus sarcófagos. esses cadáveres aguardam a ressurreição enquanto lambem mãos e pés. a exigência do respeitável tempo terreno confirma aos mortos-vivos a necessidade da inanidade. para novo usufruto de vida conciliada. extraordinário.
deus ibi est, Isobel Campbell & Mark Lanegan (*)
edit: psssst... ESTA CANÇÃO É DA LEBRE! :P