Será o aborto uma ameaça tão grave quanto o terrorismo?
#? D. José Policarpo lá foi confrontado por Judite Sousa com a questão… respondeu com a defesa de que se terá feito uma comparação facilitadora deturpando as palavras do padre-que-é-o-mais-santo-de-todos. Afinal, o que o padre-que-é-o-mais-santo-de-todos disse foi que o terrorismo, o aborto e a eutanásia, entre outros exemplos, são igualmente atentados contra a vida. Ficámos, então, esclarecidos: não houve tentativa de comparação. (!?!)
#? O padre-que-não-é-tão-santo-quanto-o-que-vive-no-vaticano até compreende os casais que decidem pela IVG no caso de infelicidade de ter um filho deficiente. ‘tão a ver? Até é tolerante.
O que interessa é a tolerância, meus caros. Tenhamos a lei escritinha a penalizar uma realidade existente que os senhores juízes lá vão encontrando forma de a contornar. Mantenhamo-nos no não apoiado pelo obscurantismo que é apanágio da história da humanidade.
Medo a medo, enche o paternalismo o papo.
Agora, não à despenalização da IVG, por medo. Não podemos correr o risco de haver essa coisa do demo… a. l i b e r a l i z a ç ã o.
O que não compreendo é o medo de que se venha a realizar (mais*) abortos depois da despenalização. Não saberão já os defensores do não que o aborto É?
Num quadro de real despenalização da IVG, não imagino que no SNS se crie um sistema de IVG à moda da freguesa. Suspeito que poucas, ou nenhumas, perguntas serão feitas à mulher que se dirige aos serviços de aborto clandestino… Imaginam mesmo os defensores do não que, na possibilidade da despenalização, as equipas médicas estejam ali tipo alfaiate que apenas tem de fazer a casaca segundo o desejo do cliente? Desconhecem na totalidade as realidades dos outros países onde é liberalizado?
Imagino que, por exemplo, a possibilidade de alguém vir a fazer um aborto por coação será bem maior num sistema de penalização do que na liberalização, passa-se tudo num sub-mundo em que a mulher que possa ter dúvidas e não tenha meios de se esclarecer será mais facilmente induzida no equívoco, até porque está pressionada pelo "pormenor" da ilegalidade do acto. E penso que não é necessário falar de mais realidade (REALIDADE, no singular)… as complicações pós-intervenção de que tantas mulheres são flageladas, como outro exemplo.
Estes medos, para mim, são tanto maiores quanto a clandestinidade à qual esta realidade continua a ser confinada.
A história é sempre a mesma, de facto. O terrorismo, o aborto e a eutanásia, entre outros exemplos, são igualmente atentados contra a vida, explicou o padre-que-não-é-tão-santo-quanto-o-que-vive-no-vaticano.
Agora, não à despenalização da IVG, por medo. Depois, não à eutanásia, por medo. Não podemos correr o risco de haver alguém a decidir e no dia seguinte se arrepender… ah, pois já não estará cá para se arrepender caso surja a cura para a sua doença no exacto dia seguinte à aplicação da eutanásia. (não, não é leviandade minha a falar da eutanásia, chamemos-lhe ironia sobre alguns argumentos contra)
Não há pachorra.
Enfim, e tal. E coisa. Isto sou eu a falar, que é a falar que a gente se entende… ‘xa cá ver… eu penso assim, e tu como pensas? Dou por mim intolerante… com a intolerância do “eu até sou tolerante, mas… não”.
Continuemos com tudo na mesma. Como a lesma.
#? D. José Policarpo lá foi confrontado por Judite Sousa com a questão… respondeu com a defesa de que se terá feito uma comparação facilitadora deturpando as palavras do padre-que-é-o-mais-santo-de-todos. Afinal, o que o padre-que-é-o-mais-santo-de-todos disse foi que o terrorismo, o aborto e a eutanásia, entre outros exemplos, são igualmente atentados contra a vida. Ficámos, então, esclarecidos: não houve tentativa de comparação. (!?!)
#? O padre-que-não-é-tão-santo-quanto-o-que-vive-no-vaticano até compreende os casais que decidem pela IVG no caso de infelicidade de ter um filho deficiente. ‘tão a ver? Até é tolerante.
O que interessa é a tolerância, meus caros. Tenhamos a lei escritinha a penalizar uma realidade existente que os senhores juízes lá vão encontrando forma de a contornar. Mantenhamo-nos no não apoiado pelo obscurantismo que é apanágio da história da humanidade.
Medo a medo, enche o paternalismo o papo.
Agora, não à despenalização da IVG, por medo. Não podemos correr o risco de haver essa coisa do demo… a. l i b e r a l i z a ç ã o.
O que não compreendo é o medo de que se venha a realizar (mais*) abortos depois da despenalização. Não saberão já os defensores do não que o aborto É?
Num quadro de real despenalização da IVG, não imagino que no SNS se crie um sistema de IVG à moda da freguesa. Suspeito que poucas, ou nenhumas, perguntas serão feitas à mulher que se dirige aos serviços de aborto clandestino… Imaginam mesmo os defensores do não que, na possibilidade da despenalização, as equipas médicas estejam ali tipo alfaiate que apenas tem de fazer a casaca segundo o desejo do cliente? Desconhecem na totalidade as realidades dos outros países onde é liberalizado?
Imagino que, por exemplo, a possibilidade de alguém vir a fazer um aborto por coação será bem maior num sistema de penalização do que na liberalização, passa-se tudo num sub-mundo em que a mulher que possa ter dúvidas e não tenha meios de se esclarecer será mais facilmente induzida no equívoco, até porque está pressionada pelo "pormenor" da ilegalidade do acto. E penso que não é necessário falar de mais realidade (REALIDADE, no singular)… as complicações pós-intervenção de que tantas mulheres são flageladas, como outro exemplo.
Estes medos, para mim, são tanto maiores quanto a clandestinidade à qual esta realidade continua a ser confinada.
A história é sempre a mesma, de facto. O terrorismo, o aborto e a eutanásia, entre outros exemplos, são igualmente atentados contra a vida, explicou o padre-que-não-é-tão-santo-quanto-o-que-vive-no-vaticano.
Agora, não à despenalização da IVG, por medo. Depois, não à eutanásia, por medo. Não podemos correr o risco de haver alguém a decidir e no dia seguinte se arrepender… ah, pois já não estará cá para se arrepender caso surja a cura para a sua doença no exacto dia seguinte à aplicação da eutanásia. (não, não é leviandade minha a falar da eutanásia, chamemos-lhe ironia sobre alguns argumentos contra)
Não há pachorra.
Enfim, e tal. E coisa. Isto sou eu a falar, que é a falar que a gente se entende… ‘xa cá ver… eu penso assim, e tu como pensas? Dou por mim intolerante… com a intolerância do “eu até sou tolerante, mas… não”.
Continuemos com tudo na mesma. Como a lesma.
Que mau feitio, margarete.