la caisse du mouton
Antoine de Saint-Exupéry
Não sonhei nem acordei.
Permaneci. A música era tentadora.
Chamei-me
mentirosa
a altos berros. (sabia que a sedução era sedutora e menti)
Então, retirei a maquilhagem,
toda. Embebi vulgares
bolas de algodão em água
fria de rosas.
(esfreguei a cara com o esforço de quem descerra um embuste)
Depois de limpa a pele,
vermelha, juntei o batom encarnado.
A sombra dos olhos era suficiente
nebulosa. A pele esbranquiçou
a tons de olheiras
toldando a feiura. O crime fora hediondo,
perdera a memória do início.
Desci os degraus com a rapidez possível,
lentamente. Caí sentada na areia.
Ninguém passou
(a trovoada convida a audácia de poucas pessoas).

Os pingos pesavam sobre
os lábios derretendo encarnados
o pescoço abaixo
esse gotejar
encarnado no pescoço
tomou vida
ofegante.

Expurguei a última máscara.
Com a rapidez possível, lentamente,
fechei a porta ante mim despedi-me
sem acenar.
Aguardei, fetal, o soterramento de areia.
Não sonhei nem acordei. Permaneci. Sem a musa
provocadora.






I'm sandra aka margarete ~ acknowledgeyourself@gmail.com












































Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.


Alberto Carneiro