la caisse du mouton
Antoine de Saint-Exupéry

[ cortina de fumo ]

ah ha ah ah ah ha ha Suspiraram-se sons impulsionados dos seus pulmões a tentar tapar o som dos disparos exteriores. Os buracos que eram as janelas haviam sido protegidos. Grades chumbadas. Janelas duplicadas. Vidros à prova de bala, do lado exterior. Vidros, burlões, à prova de som, do lado interior. Portadas de alumínio exturdido. Estores de polipropileno. Desenroladores de pvc, à prova de luz. Por fim, um reposteiro de veludo verde. Nunca ali havia estado. No espaço da porta a parede era armada de betão, C50. O isolamento entre a parede tripla era aço após a rede de ferro quadruplicada. A energia findava. Apenas o ar restante e os alvéolos a minguar. Largou sons da música, era a guerra civilizada lá fora. Cá dentro, lá dentro, era a morte de tudo o que fora a ternura após a tentativa de abrigar a vida da morte.
Desmantelou a escultura que fora a prova da sua arte plástica, acrílica, uma caixa acrílica famosa, um paralelepípedo recheado de cigarros que contavam tantos dias quantos os da sua vida eram contados no dia em que deixara de fumar para ter menos morte, mais tarde. No odor da madeira seca, fumou o ar restante diante dos corpos degradantes dos que foram outrora os seus objectos de entrega. Era o mundo, entrara em sua casa e restava. Esfumou suspirando os sons que lhe restavam na memória sem se lembrar que trovador evocava. ah ha ah ah ah ha ha.
Uma casa sem porta. Nunca ali havia estado.


photo


I'm sandra aka margarete ~ acknowledgeyourself@gmail.com












































Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.


Alberto Carneiro