la caisse du mouton
Antoine de Saint-Exupéry

[ acknowledging home ] [ inner relief ]


Tu vais por uma vinha afora, que é vinha grada por todos ao lados, pela tua frente, pelo teu detrás, pelos lados, até perder de vista. Não entendes aquelas parras largas a secar cobertas de poalha azul do sulfato, nada as rilhou e as uvas ainda pequenas e inteiriças mas secas, cachos mindinhos como que de amoras verdes gigantonas mas palha, os galhos que é uma força, o lenho escuro deles a mal distinguir-se da negrura das folhas ressequidas, dos bagos secos como semente de cânhamo. Por cima daquela terra sem água, bocarras pretas a abrir-se onde o zebrado das fendas é mais profundo, regos finos como os de palma da mão a abrir trilhos de abismo a abismo. E em cada pedaço inteiriço da terra barrosa, vermelha, morrões secos a rilharem debaixo dos teus pés descalços carmesins do pó dela, alevanta-se airoso e carregado de pó um novo pé de videira.

In Casas Pardas de Maria Velho da Costa



Na generosidade, recebo as primeiras linhas da leitura antes das vindimas. As vindimas ainda estão longe mas a experiência de ter vivido anos sabe que elas se avizinham. O Verão não é um engano, pode ser fantasia, nem é viver os dias que gostaríamos de viver no ano. O ano equilibra-se e assim traz diferentes cheiros na terra, a ver se percebemos que também o pó é um elemento. Nestas vidas. Quantas vezes dissemos curriculum vitae? Tantas quantas as que olhámos o espelho e nem por isso reparáramos no tamanho dos olhos? Contudo, se dissemos desse modo curriculum, não há sentido no embaraço com o alheamento. É sempre tempo de aprender a amplitude do campo visual.

Os meus olhos continuam a querer fechar e eu sei. Os meus olhos estão cansados de cansar. Então, pestanejo muito muito. Os meus olhos, pensei, estão gastos. A restauração, eu não sabia, restaura. Não dissocio, eu sei, os movimentos dos olhos dos movimentos das mãos. Os olhos não cansaram a chorar a ingenuidade. O alarme foi a inocência ameaçada de aniquilação. Então, as mãos trabalharam a pureza, e não é um artefacto. As minhas mãos. Eu sei, mas nunca vi.

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messenger, Blonde Redhead

Stay still do be still/ No wonder you are always lost/ If a messenger you must be known/ Then with messages you must return/ To be seen by demanding hands/ And touches of jealous men/ Invisible and forgivable/ To all their secret hands/ Be it so be quick/ Don’t run just walk and walk and walk/ Don’t loose yourself to decorate/ Somewhere on your wall/ Cause somewhere in your mind/ You know you are doing fine/ Holding secret hair locks/ You’ll pluck before you hide/ So how can I keep anything to myself/ So how can I keep any of these to myself/ So how can I keep anything to myself/ Behind those clouds/ I'm almost home


I'm sandra aka margarete ~ acknowledgeyourself@gmail.com












































Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.


Alberto Carneiro