la caisse du mouton
Antoine de Saint-Exupéry
Recortei pedaços dúbios que distribuí pelo pavimento.
Olhei aritmeticamente as tuas mãos e a casa. Cabes
dentro dela que cabe dentro das queridas dispersões.
Fica a sobrar a barafunda concentrada da minha higiene.

E eu a nadar na fossa. O quintal brida a ponte cardada
ao mundo. Conserto cálculos auxiliando o brio da
desproporção alinhada no derramamento destes serões.
Estou cada vez mais pequena. Decresce a altura algures
(hajas ser nada de elevação entre o pó e a concepção).

Poderia ter sido a minh’alma. Minguam respostas a
curtir as desavenças das opiniões que outrora tecera.
Restauro dúvidas. Uso um garfo que estanco noutra
interrogação a prenunciar-se alvoroçada. O coração
salta moderador - Negociarei uma forquilha no dia
em que desprezar o combate pelo discernimento
.

Arrumo quietos os pedaços cerzidos nas horas de
gnose do não-saber. As horas vivas. Não conto as
humilhações, cada rodada de desapego é largada nos
cantos vastos. Arejadas as nódoas, as horas vivas
deixam-se à mercê de novos naufrágios. E o coração
sem respostas espalha desapegado o pescoço no
tronco – Jamais entenderei a perseverança.


Face of a Woman, Joel-Peter Witkin
2004

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Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.


Alberto Carneiro