V
(...)
Ó monstruosidades chorando o que vestem!
Ó ridículos troncos! torsos de bonecos!
Pobres corpos torcidos, magros, gordos, flácidos,
Que o deus da Utilidade, sereno, implacável,
Com cueiros de bronze à nascença vestiu!
E vós mulheres, hélas!, pálidas como círios,
Que a podridão corrói, e também vós, ó virgens,
Condenadas a herdar os vívios maternais
E todos os horrores da fecundidade!
(...)
Charles Baudelaire in As Flores do Mal