it's gonna be a day anyway
I spy with my little eye...
« Ouro de Tolo
Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros Por mês
Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso na vida como artista
Eu devia estar feliz
Porque consegui comprar um Corcel 73
Eu devia estar alegre e satisfeito
Por morar em Ipanema
Depois de ter passado fome por dois anos
Aqui na Cidade Maravilhosa
Ah! Eu devia estar sorrindo e orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa
Eu devia estar contente
Por ter conseguido tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado
Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto: E daí?
Eu tenho uma porção de coisas grandes
Pra conquistar, e eu não posso ficar aí parado
Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Pra ir com a família ao Jardim Zoológico
Dar pipoca aos macacos
Ah! Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco praia, carro, jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco
É você olhar no espelho
Se sentir um grandessíssimo idiota
Saber que é humano, ridículo, limitado
Que só usa dez por cento de sua
Cabeça animal
E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial
Que está constribuindo com sua parte
Para o belo quadro social
Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarda cheia de dentes
Esperando a morte chegar
Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora de um disco voador
Ah! Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarda cheia de dentes
Esperando a morte chegar
Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê. »
Raul Seixas
« Partido Alto
Diz que deu, diz que dá,
diz que Deus dará,
não vou duvidar, ô nega
E se Deus não dá,
como é que vai ficar, ô nega ?,
Deus dará, Deus dará
Diz que deu, diz que dá, diz que Deus dará, não vou duvidar, ô nega
E se Deus negar, eu vou me indignar e chegar, Deus dará, Deus dará
Deus é um cara gozador, adora brincadeira
Pois prá me jogar no mundo, tinha o mundo inteiro
Mas achou muito engraçado me botar cabreiro
Na barriga da miséria nasci batuqueiro
Eu sou do Rio de Janeiro
Jesus Cristo ainda me paga, um dia ainda me explica
Como é que pôs no mundo essa pobre coisica
Vou correr o mundo afora, dar uma canjica
Que prá ver se alguém me amarra ao ronco da cuíca
E aquele abraço prá quem fica
Deus me deu mão de veludo prá fazer carícia
Deus me deu muita saudade e muita preguiça
Deus me deu perna cumprida e muita malícia
Prá correr atrás da bola e fugir da polícia
Um dia ainda sou notícia
Deus me fez um cara fraco, desdentado e feio
Pele e osso simplesmente, quase sem recheio
Mas se alguém me desafia e bota a mãe no meio
Dou paulada a três por quatro e nem me despenteio
Que eu já tô de saco cheio »
Chico Buarque
veritas
:::::::::::::::::::::As palavras fundem-se :::::::::::::::::::::assim como o seu significado:::::::::::::::::::::_ _ _ _ _ _ é precisamente a ausência desse significado
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:::::::::::::::::::::Perseguem textos e afinidades:::::::::::::::::::::
:::::::::::::::::::::mais confortável sem antídoto:::::::::::::::::::::
::::::::::::::::::::: burguesa certeza do inexistencialismo :::::::::::::::::::::
Sem afinidades:::::::::::::::::::::
::::::::::::::::::::: Sem gerações de sentir por dentro para fora
Em 33 rotações que já não nos pertencem:::::::::::::::::::::
:::::::::::::::::::::um pacote de arroz embrulhado em papel pardo e 1 rebuçado na falta de 2 tostões ao troco:::::::::::::::::::::
daí pequenina, somos de lado nenhum somos de sempre para nunca atrás - cliché
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As afinidades do antídoto:::::::::::::::::::::
Tiram a certeza da ilha sem flores:::::::::::::::::::::
Estava lá tão bem :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: sabendo que rasca sou
::::::::::::::::::::: Já disse _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ :::::::::::::::::::::
::::::::::::::::::::: acreditar ::::::::::::::::::::: parece que o efeito antídoto não volta atrás:::::::::::::::::::::
::::::::::::::::::::: insulta-me a preguiça:::::::::::::::::::::
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.......................n......................._...................................... _
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porque :::::::::::::::::::::? :::::::::::::::::::::
::::::::::::::::::::: Invaded ::::::::::::::::::::: beauty of (horror):::::::::::::::::::::
(morning) shame::::::::::::::::::::: lunar still::::::::::::::::::::: great awakening :::::::::::::::::::::
::::::::::::::::::::: (yourself as fraud):::::::::::::::::::::
:::::::::::::::::::::domesticated by ::::::::::::::::::::: everything:::::::::::::::::::::
:::::::::::::::::::::she who ::::::::::::::::::::: never ::::::::::::::::::::: never ::::::::
::::::::::::: touches :::::::::::::::::::::ground:::::::::::::::::::::
:::::::::::::::::::::silver bullet:::::::::::::::::::::
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possessional my communication:::::::::::::::::::::
:::::::::::::::::::::all existence false ::::::::::::::::::::: veritas:::::::::::::::::::::
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..................................não sei nadar..........................................não poderei morrer afogada...........até porque estou cansada.
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itálico - palavras do Antídodo, Moonspell
faz sentido
as hélices brancas a lembrar um qualquer D. Quixote pós-moderno
Everything Invaded
From the soul to its waste,
The Common hates his evil twin.
Everything invaded
In its simplicity
How did you get inside me?
Still all fascinated,
Invaded by everything.
In the first morning light
The touch of death covering skies,
Everyhting invaded
(and) All the fears inspired
How did you get inside me?
Still all celebrated
Invaded by everything
Everything so full
In the lives I have taken with Me.
All our moments wasted
All is getting in.
Still all violated
Divided by everything
And all the grace disturbed.
All existence false.
All your dead generations!
I am a son of yours and I am coming back.
Everything invaded
In its finality.
Tell me will it hurt
When you get outside of me?
Everything is breaking.
Why have we ever stopped here?
Everything invaded
I am a son of yours
And I am giving up.
Everything invaded
Invaded by everything
cansada de mim
ETERNAL SUNSHINE OF THE SPOTLESS MIND
por falar em incongruência(s)
Liga Portuguesa Contra o Cancro, promove “Um Dia pela Vida” (!!!?!!!) no próximo sábado (dia 26 de Fevereiro), em Coruche
tourada de beneficência?!!!
trabalho de casa para os senhores do bem:
O Touro Bravo enfraquecido para a Tourada
Tortura será Cultura?
O Pânico dos Touros nas Touradas
Cavalos – As Outras Vítimas das Touradas
A Tourada em Detalhe
O Público da Tourada Aplaude a Violência
Os Forcados e a Pega
Associações Académicas, Instituições de Beneficência e Igreja Católica Promovem Touradas
Depois da Tourada, O Sofrimento Nos Curros
longevidade
sem exposição à nostalgia
os anos têm sido sossegados por aqui
não se atrevem nos caminhos irreverentes da "evolução”
um apelo
asseguro um serviço personalizado
10 pregos dentro dum cartucho de papel manteiga
conversamos acerca do tempo
reclamamos da pressa
e eu vou limpando o balcão gasto pelo tempo
com o pano também gasto pelo tempo
os meus olhos também,
gastos pelo tempo
inábil
Uma moeda, uma letra, um som.
O comprador de sábado que está antes de mim analisa as diversas ofertas e diz: "Chopin? Já tenho!" Nem se dignou a ver o que se tocava, nem quais eram os intérpretes. Viu Chopin e concluiu de imediato: já tenho.
É interessante notar o que está aqui em jogo: o prazer da colecção. Mas não só. O que este comprador pretende é ter qualquer coisa que lhe dê a sensação de que o mundo todo do saber e do prazer da música está à sua disposição. Coleccionar é poder reunir aquilo que figuras desconhecidas nos dizem ser o essencial. O resto é secundário. Nenhum prazer da descoberta. Nenhum gosto da audição infinita. Nenhuma deambulação no mundo da música. Apenas o aspecto enciclopédico de quem tem uma estante com os livros essenciais, e os discos, e as reproduções, e os filmes. Em certa medida, é o saber que se joga contra a morte. Fazer uma colecção é impedir o sem limite da morte, é concentrar aquilo que na cultura nos irá proteger. Seja coleccionar moedas ou discos com a música que não se pode perder. Cada moeda perdida destrói-nos um pouco mais. Uma moeda, uma letra, um som. »
the hours [ou Rumba dos Inadaptados(ou a Morte do Jovem Contribuinte)]
humpty dumpty
Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.
Alberto Carneiro