la caisse du mouton
Antoine de Saint-Exupéry



i exist

- so, what the fuck do you wanna know about me?
i'm a portuguese canadian-born. i'm 1.7 m tall (i hate to say 1.69). i'm not fat. i'm not skinny. i'm healthy. i'm sick. i'm an old lady. i'm a little girl. i've got brown eyes. i've got brown hair. the hair is long. the hair is kind of curly. or whatever this is. they say my skin is white. sure, i've even got genitals! i'm my mama's baby. i'm my papa's girl. i'm aunty. i'm sis. i'm a bitch. i'm unpolite. i'm dirty. i'm lazy. i'm a slob. i'm guilty! i'm moody. i'm not poor. but i'm far away from being rich. thank god! i like to say i love my middle class style of life. i get to work on time. i do what i'm told to and i do it well. weird, huh? hey! i'm even a nice person. yeah. i'm a woman. what's the big deal? not passive. though it may seem so, not agressive.
i love. some love me. some people hate me. so i'm love and hate too. i'm whatever you wanna feel about me. just leave my existence in peace with my hell. don't call into it. existence. dig it?

com licença

eu brincar... até brinco, se ela não vier
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hmpf! 're you tokin to me?
i'm not afraid :P

ai o caraças!



atão!... não estreou cá?! ò miséria!






[ the world forgetting, by the world forgot. ] [ how often hope, despair, resent, regret, ] [ conceal, disdain — do all things but forget. ]

Em marte aparece a tua cabeça


Em marte aparece a tua cabeça -
eu queria dizer. No lugar onde
desapareceu a janela,
a cabeça de vaca de fogo, aparece
a cabeça. Onde era a cortina fria,
de pássaro escutando.
Em marte, como a roupa bate o vento,
e na terra as ferraduras batem
no meu cabelo.
Como o fogo dentro da pedra turquesa,
em marte aparece a tua
cabeça de vaca. Por detrás da fria cortina -
eu queria dizer.


Agora sei que devo saber, só.
As letras da chuva louca nas costas -
escrevendo, escrevendo.
Só, eu sei a dormir. Com um ramo
de peixes e um violino
no meio dos ll, dos mm, dos ii
da chuva.
Com meu ramo de violinos, só eu
no meio da chuva. Agora
sei que devo escrever os meus peixes.
Para ti, a tua cabeça
aparece na janela de marte em fogo.
O fogo que anda em ti que andas como uma
pedra turquesa,
ao lado da fria cortina. Olhando, escutando
como um pássaro, onde chove.
Como só agora sei com as letras.


A chuva abre-te, o dia bate, a roupa
tropeça com as ferraduras
no meu cabelo. E só agora fazes
teu gesto com chuva, no meio das letras.
Abre-te, oh abre-te. Na cortina,
agora, a tua cabeça ao lado dos peixes -
escutando, escrevendo,
como só agora sei: o meu ramo
de violinos


Escuta: um copo, a catedral, o livro,
o candeeiro.
Eu agora sei escrevendo ao lado o fogo
da cabeça. Escuta: descasco
maçãs, como maçãs, as maçãs
aparecem na sua cor no meio - e juntam-se
entre si, e vão sonhar. Escuta:
chovendo, escutando, escrevendo.
A roupa bate no vento.
Escuta como só agora bate a cor
nas maçãs. A tua cabeça, a cortina fria.


Dou-te as letras dos peixes, escutando -
só agora, só agora.
Escutando em ti, abrindo
com a tua chave todas as tuas maçãs
na sua cor. Só agora
escrevendo eu sei.


Herberto Helder
título do post dali

com licença

Courtney Brooke.jpg
para os incautos - o insulto (SIM, é um insulto!) tem link

[ action: to acknowledge fear on a beautiful stroll ] [ reaction: to stroll ]

Mia Friedrich

photo-based artwork




Garden in the Ceiling, World's End Girlfriend

from crudeness ripeness mellow and sanitive

there was a she. and a he. there was a wordly world. there were days by that day. there was a river. so there was water. there was a fish. so there was a bible. there was the bible. so there was evil. there was evil. so there was a magician. magic was life. life was shit. shit wasn't anything. so they had to turn around. or drown. she undied her pricked mind. 'cause she only wanted to drown in the end. she answered it's still not the end 'cause i say so. my sole possession every day I live. my end. then, it could. it can. it may. be.
Photography by Lilya Corneli
título do post dali

com licença

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para os incautos - o insulto (SIM, é um insulto!) tem link

and now for something completely different

le nuit sur le banc, Jean Rustin




I see a darkness
Bonnie Prince Billy aka Will Oldham


título do post surripiado dali



as margaretes pedem desculpa por não vos deixar o Jean Rustin e o Will Oldham mais vezes
ah! outra coisa... assim com'ássim, este post é para o pdr.l

de tanto bater o meu coração parou

as horas passavam e eu com elas. lacuna.


foi nesse tempo que de tanto bater o meu coração parou. mea culpa.
não trago uma história.


com esboços de água.


com esboços de fruta.


faço um baptismo. o nome. confiança.

photos #1 #2
título do post surripiado dali

porque as horas mudam

possivelmente esquecera que hoje a luz chega mais tarde. talvez projectara que não choveria ao acordar. já não é noite. não é dia. intermezzo. por vezes, parece obrigatório perguntar: onde está o sol? então, é imperioso que a lucidez não se ausente, porque essas manhãs não são todas. o horizonte não se estreita com o avançar de uma hora. é para lembrar que nem tudo são recuos, mesmo quando são muitos dias até amanhã. o tempo, essa entidade, não permite o desrespeito. posso garantir que o mar voltará a ser belo. garanto! vá. tudo se passa. cedo ou tarde erguer... haja saúdinha. e tal. que chova. que chova. , para fora: bons dias.

um como dizer

Tríptico II

Não sei como dizer-te que a minha voz te procura
E a atenção começa a florir, quando sucede a noite
Esplêndida e vasta.
Não sei o que dizer, quando longamente teus pulsos
Se enchem de um brilho precioso
E estremeces como um pensamento chegado. Quando,
Iniciado o campo, o centeio imaturo ondula tocado
Pelo pressentir de um tempo distante,
E na terra crescida os homens entoam a vindima
- eu não sei como dizer-te que cem ideias,
dentro de mim, te procuram.

Quando as folhas da melancolia arrefecem com astros
Ao lado do espaço
E o coração é uma semente inventada
Em seu escuro fundo e em seu turbilhão de um dia,
Tu arrebatas os caminhos da minha solidão
Como se toda a casa ardesse pousada na noite.
- E então não sei o que dizer
junto à taça de pedra do teu tão jovem silêncio.
Quando as crianças acordam nas luas espantadas
que às vezes se despenham no meio do tempo
- não sei como dizer-te que a pureza,
dentro de mim, te procura.

Durante a primavera inteira aprendo
Os trevos, a água sobrenatural, o leve e abstracto
Correr do espaço -
E penso que vou dizer algo cheio de razão,
Mas quando a sombra cai da curva sôfrega
Dos meus lábios, sinto que me faltam
Um girassol, uma pedra, uma ave - qualquer coisa
extraordinária.

Porque não sei como dizer-te sem milagres
Que dentro de mim é o sol, o fruto,
a criança, a água, o deus, o leite, a mãe,
o amor,

que te procuram.


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Europe at Night


As Musas Cegas II

Apagaram-se as luzes. É a primavera cercada
pelas vozes.
E enquanto dorme o leite, a minha casa
pousa no silêncio e arde pouco a pouco.
No círculo de pétalas veementes cai a cabeça -
e as palavras nascem.
- Límpidas e amargas.

Eis um tempo que começa: este é o tempo.
E se alguém morre num lugar de searas imperfeitas,
é o pensamento que verga de flores actuais e frias.
A confusão espalha sobre a carne o recôndito peso do ouro.
E as estrelas algures aniquilam-se para um campo sublevado
de seivas, para a noite que estremece
fundamente.

Melancolia com sua forma severa e arguta,
com maçãs dobradas à sombra do rubor.
Aqui está a primavera entre luas excepcionais e pedras soando
com a primeira música de água.
Apagaram-se as luzes. E eu sorrio, leve e destruído,
com esta coroa recente de ideias, esta mão
que na treva procura o vinho dos mortos, a mesa
onde o coração se consome devagar.

Algumas noites amei enquanto rodavam ribeiras
antigas, degrau a degrau subi o corpo daquela que se enchera
de minúsculas folhas eternas como uma árvore.
Degrau a degrau devorei a alegria -
eu, de garganta aberta como quem vai morrer entre águas
desvairadas, entre jarros transbordando
húmidos astros.

Algumas vezes amei lentamente porque havia de morrer
com os olhos queimados pelo poder da lua.
Por isso é de noite, é primavera de noite, e ao longe
procuro no meu silêncio uma outra forma
dos séculos. Esta é a alegria coberta de pólen, é
a casa ligeira colocada num espaço
de profundo fogo.
E apagaram-se as luzes.

- Onde aguardas por mim, espécie de ar transparente
para levantar as mãos? onde te pões sobre a minha palavra,
espécie de boca recolhida no começo?
E é tão certo o dia que se elabora.
Então eu beijo, de grau a degrau, a escadaria daquele corpo.
E não chames mais por mim,
pensamento agachado nas ogivas da noite.

É primavera. Arde além rodeada pelo sal,
por inúmeras laranjas.
Hoje descubro as grandes razões da loucura,
os dias que nunca se cortarão como hastes sazonadas.
Há lugares onde esperar a primavera
como tendo na alma o corpo todo nu.
Apagaram-se as luzes: é o tempo sôfrego
que principia. - É preciso cantar como se alguém
soubesse como cantar.


Herberto Helder
in Ou o Poema Contínuo


: )
- olha
- diz
- diz uma coisa bonita
- m ú s i c a







Will Oldham by David Tonge, 1999

[ crossed ] [ you mean day, there will be no dessert for you ]

so, today i felt like a punching bag. something alike a target. aim. shoot.
at first i tried to clean the target off being.
then i cried out loud
shoot!
at once!
for the motherfucker's sake!
the fire kept on coming. but i was still there (still). i had to decide.
so i declare this day gone.
this day is gone
it's already tomorrow


that's it


relief






photos #1 #2 #3
sons: Stuart Staples, o malandreco deixa-nos o dark days seguido do people fall down :P

o milagre do peixe

saiu de casa a correr. esqueceu-se que possuía um automóvel. foi. rua abaixo. a correr, quase se poderia dizer que rodopiava. somente quando chegou à ponte se lembrou que, embora na mesma cidade, havia ainda alguns kilómetros entre ela o objecto da sua saudade insana. pensou que se danasse e atirou-se ao rio. não, não se lembrou que mal sabia nadar. nadou. chegou à outra banda. não escorreu o lodo dos cabelos. não reparou que um peixe se instalara no bolso da saia. continuou a estafa. correu. chegou a tempo, porque não havia hora marcada. não. chegou tarde. dissera-lhe o empenho, não sabia por onde começar o fim da saudade. tocou à campainha, fazendo balanço de empurrar a porta ao mesmo tempo, como quem espera ouvir o buzz que ordena abre-te sésamo. o buzz não veio. tocou de novo (não fora ter-se enganado no andar) fazendo sacudidela de empurrar a porta ao mesmo tempo, como quem espera ouvir o buzz que ordena abre-te sésamo. o buzz não veio. tocou de novo (não fora ter-se enganado no número) fazendo abalo de empurrar a porta ao mesmo tempo, como quem espera ouvir o buzz que ordena abre-te sésamo. o buzz não buzziu. abalou. fim.
Photography by Lilya Corneli

pai

to all the papas out there, beautiful boys
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a sunday afternoon during my childhood
a beautiful 67 year old boy, if you know him, you can only love him
gonna run to his arms

beautiful boyz, cocorosie & antony

we bind not thee [ * The Thread of Life ] [ acknowledging Tracey Emin ]

I ended up in a discussion about women and art: the question as to whether the art of women is different in terms of character and content than that of men. When we are talking about the work of Tracey Emin, this is a relevant point. (…) I am inclined to regard most of her works, and certainly the more sizeable objects or groups of objects (the best known of which is the famous bed) as wordless stagings of short stories or perhaps excerpts from a journal. (…) is the bed so used and knocked about that it is destined to be an art object afterwards (…) or did the actual art idea come later – did the idea come after life, as a residue that began to possess an expressive and narrative intensity?

(…) However, the essence of Tracey Emin’s work is it’s liberation from style and form what we call good design. (…) her oeuvre is basically uncontrolled and lachrymose and fickle and coquettish and driven by an immoderate, female sentiment which, by it’s very immoderation and the absence of any shame, is painful or humiliating to see or to experience in our world. By ridding herself of style, Tracey Emin has been able to penetrate into a realm of harrowing sentiment that has never been opened before in art.

(…) when a woman displays herself in the nude, it is not voyeurism but disarming candour. The intimacy can be further explored. The art o Tracey Emin is efficient and tasteless and beyond the control of style (…).

Rudi Fuchs, Sept. 2002

In Ten Years Tracey Emin

Stedelijk Museum, Amsterdam

S M A Cahiers

Tracey Emin is a professor of confessional art at the European Graduate School - Biografia

influências: Edvard Munch, Egon Schiele

poesia: Christina Rossetti - * The Thread of Life

link para alguns trabalhos de Tracey Emin:
Do you fancy a fuck?

Everyone I Have Ever Slept With 1963-95 (interior) (exterior)

Exorcism of the last painting I ever made #1 #2 #3

No Chance

No More Difficulty

I Have it all

Sometimes I feel beautiful

The Last Thing I Said to You was Don't Leave Me Here II

The Perfect Place to Grow

Tracey x Tracey



http://www.tracey-emin.co.uk/tracey-emin-home.html (obrigada pelo link, CSA ;) )

http://film.guardian.co.uk/news/story/0,12589,1333141,00.html



música à laia de dedicatória a Tracey Emin


pretty trees, Sandy Dillon in electric chair

on being with you






música por lembrança dali
Some girls are bigger than others, Smiths

i like fooling around [ serious fooling ]

i thought about exercising, 'ya know - somethin'like jogging... then i remembered that's not my thrill. i didn't feel like reflecting. i was too lazy to leave the toillet so i just flushed my shit and sat there. suddenly i realised i haven't written my will yet. i wanna tell what to do when i'm gone. so, about my belongings: i don't give a damn.
but there's something i'd like to ask for: dress sexy at my funeral

if it won't be much trouble, could you get me a square coffin? 'ya know how much i rather be in that posicion. pull off the fucking cross someone may remember to stick on top of the lid and rip off all the lace and white satin. wrap me on my gran'ma's shawl and be sure to take my panties. leave me a bottle of whiskey, cigarettes (don't forget the lighter), chocolat ice-cream and the book you'll find between my sheets. you know which will be the requiem.
now, for something very important: don't you dare wearing your suit to my funeral! (it would be humiliating to me) the odds are that i'd rise and give you a punch in the nose. sooooo... dress sexy at my funeral. whisper quisera


yeah! this morning exercise was fun to do! now i'm ready to dress up for good friday and eat meat.


dress sexy at my funeral, smog

ok, d, também podes levar esta música
já sei que ias pedi-la anyway :P

hello, mister new daybreak



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another morning, american music club

near to dawn, spooky-sticky acknowledgements

links miscelâneos, algumas são palavras dos próprios, outras são palavras alheias escolhidas pelos autores dos blogs. pesquei-as. faço-as minhas. porque não posso inventar, aproprio, colo, deturpo. with all due respect...
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janelas...
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in «Pensar», Vergílio Ferreira
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Put The Freaks Up Front, dEUS
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'cause it's always a first time, each time
"deste bando selecto de sententa e sete mil milhões de idiotas de primeira apanha" (Philip Roth in Teatro de Sabath)
quero saber que a minha gente está bem. bardamerda para os restantes.

lullaby



All The Pretty Little Horses, Calexico






Ciclope












i like birds, eels

quando o telefone toca

atendo o telefone, a minha sobrinha não dá tempo à minha mãe para falar, oiço do outro lado que é urgente que lhe passe o telefone, e começa a actuação


no final, remata com um "tia... ?" suspirado, seguido de "tenho saudades tuas". ora, como é que uma gaija fica ao ouvir estas coisas?

photo e música do repertório da minha sobrinha cedidos pela amiga lebre :)

i'm a sucker for spring [or is it summer?] [mabye i meant winter] [or autumn(?)] [oh gosh! i'm mixing things again!] [i'm sure i meant i'm a sucker]

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Moonage Daydream, David Bowie
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edit: diabos! parece que o gramofone está avariado! cá venho ver se consigo arranjar isso (grrr)

comoção


a s faz anos.
faz hoje anos que a mãe da s a deu à luz. sim, à luz. faz anos que a mãe da s a deu à luz ao pari-la. fico em espanto galopante ao sentir a vida… enfim, a s, coisa bela, do tipo que faz as tais das borboletas ajvoçarem ajvoaçarem cá dentro e ter a sensação de que querem sair pelo umbigo e fazer pregões ao mundo. é isso que me fazes sentir, s, sou feliz quando me lembro que fazes parte dessa coisa marada que é existir. mulher bonita. beijo-te.
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simbolicamente...



é teu.
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I see a darkness - Bonnie Prince Billy

O Ofício de Viver [ ou ( s u r r e n d e r ) ]



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a menina crescia. a menina era grande. ninguém tinha dúvida disso. era grande. um dia, percebeu a dificuldade adeus. disse um adeus veemente. estranho. acerca desse adeus nunca lera em livro qualquer, nunca ouvira em canção qualquer, nunca vira em filme qualquer, nada, nem um quadro ou uma escultura alguma vez lhe deram pistas acerca desse tipo de adeus. nada. nunca ouvira falar desse adeus. essa despedida custou-lhe a existência segura em que vivia como uma menina pequena que não quer ver. uma mulher que viu a tempo de um tempo seguro e real de ter de agir na angústia da incerteza. o inadiável aconteceu, teve de crescer. minguou. vive durante este sempre, que se conta em anos, com a convicção de ter dito um adeus certeiro – o tal adeus que lhe custou a inocência. Graças a deus, diria agora uma velhinha carpideira. Palavra do senhor, repetiriam as restantes beatas.

há rostos diários que trazem consigo a realidade do possível adeus da efemeridade e do outro advérbio intenso – eternidade – a morte. a morte. a morte, por ela, nesta história não se acredita em anjos nem em deuses nem em maldições nem no destino. imaginem... essa mulher conjurou um dia contra desejos e praguejou-se. (tontarela!)

esperem! o que é que uma coisa tem que ver com outra? tolice! nesta história nem se acredita em maldições!

voltemos atrás, porque as ideias são coisas que se emaranham com as emoções e, estupidamente, com crenças que não têm espaço nesta história. dizíamos acerca da despedida e da morte, que serão, afinal, sequelas do amor(?) ah, pois é! pois é! estamos a empregar a palavra maluca – amor. o que não deixa de ser curioso, cómico até. porque não sabemos muito bem para que se usa. achamos imensa graça às conversas acerca da paixão – estar apaixonado – amor - o que são e essas coisas e assim, confabulações tão disputadas e embaraçadas que rimos.

vemos sentido em gostar. por exemplo, eu gosto de ti. . g o s t o . d e . t i . faz sentido. parece-nos real. mas, pronto! pronto! don’t kill the messenger! demos por nós a divagar no meio deste texto, pronto! e é esquisito porque, contraditoriamente, já havíamos dito que nada sabemos sobre dizer dessas coisas. adiante. falávamos de quê? (as conversas são como as cerejas… )

(fazemos scroll e vamos ali acima rever o tema disto)

(...)

já revimos o tema, afinal não há mais a dizer. é tudo encaralhado mesmo. e notável. o que vale é que podemos ler, deturpando de maneira autobiográfica, que nem a vida é mensurável, nem viver é uma tarefa. anyway, o'well, e tal e coisa, continuando a tagarelar, não iríamos deixar aqui soluções. era só para dizer que estamos cá, as margaretes todas – todinhas! continuam a tagarelar… as resoluções… sabemos lá disso! yadda yadda yadda. estou aqui. Jlá.

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photo

musiquita: Hey Jude, interpretado por Carlos Bastos

do título do post - "O Ofício de Viver" - foi furtado a Cesare Pavese


I'm sandra aka margarete ~ acknowledgeyourself@gmail.com












































Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.


Alberto Carneiro