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a menina crescia. a menina era grande. ninguém tinha dúvida disso. era grande. um dia, percebeu a dificuldade adeus. disse um adeus veemente. estranho. acerca desse adeus nunca lera em livro qualquer, nunca ouvira em canção qualquer, nunca vira em filme qualquer, nada, nem um quadro ou uma escultura alguma vez lhe deram pistas acerca desse tipo de adeus. nada. nunca ouvira falar desse adeus. essa despedida custou-lhe a existência segura em que vivia como uma menina pequena que não quer ver. uma mulher que viu a tempo de um tempo seguro e real de ter de agir na angústia da incerteza. o inadiável aconteceu, teve de crescer. minguou. vive durante este sempre, que se conta em anos, com a convicção de ter dito um adeus certeiro – o tal adeus que lhe custou a inocência. Graças a deus, diria agora uma velhinha carpideira. Palavra do senhor, repetiriam as restantes beatas.
há rostos diários que trazem consigo a realidade do possível adeus da efemeridade e do outro advérbio intenso – eternidade – a morte. a morte. a morte, por ela, nesta história não se acredita em anjos nem em deuses nem em maldições nem no destino. imaginem... essa mulher conjurou um dia contra desejos e praguejou-se. (tontarela!)
esperem! o que é que uma coisa tem que ver com outra? tolice! nesta história nem se acredita em maldições!
voltemos atrás, porque as ideias são coisas que se emaranham com as emoções e, estupidamente, com crenças que não têm espaço nesta história. dizíamos acerca da despedida e da morte, que serão, afinal, sequelas do amor(?) ah, pois é! pois é! estamos a empregar a palavra maluca – amor. o que não deixa de ser curioso, cómico até. porque não sabemos muito bem para que se usa. achamos imensa graça às conversas acerca da paixão – estar apaixonado – amor - o que são e essas coisas e assim, confabulações tão disputadas e embaraçadas que rimos.
vemos sentido em gostar. por exemplo, eu gosto de ti. . g o s t o . d e . t i . faz sentido. parece-nos real. mas, pronto! pronto! don’t kill the messenger! demos por nós a divagar no meio deste texto, pronto! e é esquisito porque, contraditoriamente, já havíamos dito que nada sabemos sobre dizer dessas coisas. adiante. falávamos de quê? (as conversas são como as cerejas… )
(fazemos scroll e vamos ali acima rever o tema disto)
(...)
já revimos o tema, afinal não há mais a dizer. é tudo encaralhado mesmo. e notável. o que vale é que podemos ler, deturpando de maneira autobiográfica, que nem a vida é mensurável, nem viver é uma tarefa. anyway, o'well, e tal e coisa, continuando a tagarelar, não iríamos deixar aqui soluções. era só para dizer que estamos cá, as margaretes todas – todinhas! continuam a tagarelar… as resoluções… sabemos lá disso! yadda yadda yadda. estou aqui. Jlá.
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musiquita: Hey Jude, interpretado por Carlos Bastos
do título do post - "O Ofício de Viver" - foi furtado a Cesare Pavese