Passado-presente. As ligações facilmente se enrodilham em formas irrecuperáveis. Com os dedos, ora cuidadosa ora desalmadamente, exercitei o desenlace dos enigmas. Reclamei a audição das dedicatórias em tempo de apreciação. Sem surpreender, desenrasquei respostas àquela que baptizo de verdade.
Passado-presente. Magico explicações para a dormência destruída quando os sons alarmam emoções. Escrevo palavras de trás para a frente e salto a sete pés, ou mais, das concorrências. Fatigam-me concorrências, procuro canalizá-las para outras esferas. De graça! Fatigo de fadiga se os canos se rompem a fugir para laborações mortas, como a minha língua. Lego o frenesim a quem o quiser apanhar aqui à mão de semear o dou do mais barato que há. De graça! Cremo as ideias de juízo e engulo as cinzas. Metabolizado (o juízo), vomita-se pelos seus próprios pés. Sem reservas, enfio a tromba na cabeceira e berro que amputem a garganta dos sons. E rogo a protecção. Bem-aventurados os que sofrem de ideia. Chuto as canelas, uma contra a outra. Bem-dita a dor chega.
Presente-futuro-passado. Faço o que quero e já sou grande. Proficiente (é um conceito vago). Sou agora livre de mais uma meia-dúzia de prisões. (aguardo, desconfiada, que as seguintes – prisões – se apresentem) Da desconfiança, concebemos o futuro. Aplaudimos teorias a rir elogios ao presente. Somos agora a pessoa plural.
Presente-Futuro. Esgueirada do plural, ronco o estômago à espera de boas-novas. Demoram.
Passado-presente. Sonho velhas arrumadas no cimento, velhas com dor de barriga. Sobem ladeiras. Arfam. Usam os lenços da cabeça na cintura e berram que só sabe quem (lá) esteve. Eu ladro. Arrumo as mechas de cabelo que caem, com ganchos. Compro mais umas dúzias de ganchos e arrumo novas mechas. Sobra pouco tempo para sobrar apenas couro.
Presente-futuro. Faço um retiro à procura da sabedoria que me ajude a perceber que cor utilizar no tinto do couro.
Passado-presente-futuro. Deixo o doutor arrancar-me as mamas na condição de me escorrer também as mesquinharias.
Passado-presente. (o douto senhor cumpriu a palavra e ainda me presenteou com um brinde generoso: incisão sem sutura) Cumpri, com muitos escrúpulos, as contra-indicações e tenho agora escaras no lugar do passado. Sou depositária fiel do espaço outrora ocupado pelos sinais mamíferos do futuro. Sou a imodesta representação surreal de um talho.
Futuro. Assino o consentimento, informada, consolada. Recuso as restantes palavras eternas. Afinal, aspirei uma fronteira apenas: o sono.
Passado-presente-futuro. Chamo-me Maria Rosa, escrevo no tempo presente antes do perene descanso. Estive aqui estes anos todos. Experimentei corridas ao mundo, mas o juízo cedo me mostrou que basta (bastaria) (bastou) este quintal. Amei as palavras, pari frases. As ligações facilmente as enrodilhei em formas irrecuperáveis. Tenho penas e tenho arrependimentos, sei que tenho, mas escapa-me agora a sua nomeação. Morro sem bravura.
Passado-presente. Magico explicações para a dormência destruída quando os sons alarmam emoções. Escrevo palavras de trás para a frente e salto a sete pés, ou mais, das concorrências. Fatigam-me concorrências, procuro canalizá-las para outras esferas. De graça! Fatigo de fadiga se os canos se rompem a fugir para laborações mortas, como a minha língua. Lego o frenesim a quem o quiser apanhar aqui à mão de semear o dou do mais barato que há. De graça! Cremo as ideias de juízo e engulo as cinzas. Metabolizado (o juízo), vomita-se pelos seus próprios pés. Sem reservas, enfio a tromba na cabeceira e berro que amputem a garganta dos sons. E rogo a protecção. Bem-aventurados os que sofrem de ideia. Chuto as canelas, uma contra a outra. Bem-dita a dor chega.
Presente-futuro-passado. Faço o que quero e já sou grande. Proficiente (é um conceito vago). Sou agora livre de mais uma meia-dúzia de prisões. (aguardo, desconfiada, que as seguintes – prisões – se apresentem) Da desconfiança, concebemos o futuro. Aplaudimos teorias a rir elogios ao presente. Somos agora a pessoa plural.
Presente-Futuro. Esgueirada do plural, ronco o estômago à espera de boas-novas. Demoram.
Passado-presente. Sonho velhas arrumadas no cimento, velhas com dor de barriga. Sobem ladeiras. Arfam. Usam os lenços da cabeça na cintura e berram que só sabe quem (lá) esteve. Eu ladro. Arrumo as mechas de cabelo que caem, com ganchos. Compro mais umas dúzias de ganchos e arrumo novas mechas. Sobra pouco tempo para sobrar apenas couro.
Presente-futuro. Faço um retiro à procura da sabedoria que me ajude a perceber que cor utilizar no tinto do couro.
Passado-presente-futuro. Deixo o doutor arrancar-me as mamas na condição de me escorrer também as mesquinharias.
Passado-presente. (o douto senhor cumpriu a palavra e ainda me presenteou com um brinde generoso: incisão sem sutura) Cumpri, com muitos escrúpulos, as contra-indicações e tenho agora escaras no lugar do passado. Sou depositária fiel do espaço outrora ocupado pelos sinais mamíferos do futuro. Sou a imodesta representação surreal de um talho.
Futuro. Assino o consentimento, informada, consolada. Recuso as restantes palavras eternas. Afinal, aspirei uma fronteira apenas: o sono.
Passado-presente-futuro. Chamo-me Maria Rosa, escrevo no tempo presente antes do perene descanso. Estive aqui estes anos todos. Experimentei corridas ao mundo, mas o juízo cedo me mostrou que basta (bastaria) (bastou) este quintal. Amei as palavras, pari frases. As ligações facilmente as enrodilhei em formas irrecuperáveis. Tenho penas e tenho arrependimentos, sei que tenho, mas escapa-me agora a sua nomeação. Morro sem bravura.
Fino com crença, cobarde - que as palavras são as garras que me massacraram a existência.