Os dias podem ficar vazios e então morrem os motes. Qualquer coisa pode parecer mortal e então corre-se para casa. Um som pode ultrapassar o limiar do conforto e então solicita-se silêncio. As aparências são o resultado do que germina cá dentro, aí dentro. Ontem a cidade parecia viva. A cidade estava bonita. As pessoas foram-me atraentes, ontem. Hoje, não dei pela cidade, atravessei-a mas não posso assegurar que ainda exista, talvez até seja despovoada. Oiço, ao longe, automóveis que poderiam ser reflexos da televisão ligada, se estivesse ligada. Parece que circulam, detenho-me num ápice (o mínimo possível de mim) e divago sobre onde irão. Depois, lembro-me que às vezes também eu vou. Às vezes, também eu penso que vou a algum lado.
.............R u m o. São curtas, e espero que inofensivas, confusões.
bird on the wire, Leonard Cohen