acknowledge (or whatever) thyself
la caisse du mouton
Antoine de Saint-Exupéry
no natal tomem lá um abraço e não digam que vão daqui.
um assalto no Natal
...
Poema de Natal (a)
no natal não te esqueças de limpar as ramelas
e de escavar pelos olhos adentro a pulsação do mundo.
limpa os canos das caçadeiras,
para que depois não percas tempo no disparo.
respira. marca uma limpeza de pele, espreme
todos os pontos negros e apronta-te para a ceia.
dá uma sopa aos pobres, atira pedras às latas,
afaga o pêlo do cão, mesmo que tenha pulgas.
no natal até as pulgas são bem-vindas. respira.
no natal dá corda às bonecas, programa as cordas
vocais para um
playback
hospitalar e prisional.
distribui canapés pelos desabrigados, pelos foragidos,
pelos ditadores acossados. predispõe-te para um (a)balanço.
respira. no natal
afeliza-te
com a conta a zeros,
com o patrão de saco azul ao ombro, com a
espantalhice
(sic) quotidiana, com as greves de greve,
com a mensalidade vestibular num pontapé de misericórdia.
no natal sic. porque no natal todos os demónios são bons.
pelo menos um dia por ano: esquece(-te).
que esse dia seja o de natal. ainda que estejas obrigado
a
portajar
(sic) mais um suicida que não acredita
na expiação universal dos pecados particulares.
no natal dá cá um abraço e não digas que foste daqui.
posted by hmbf
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Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.
Alberto Carneiro