« Nunca foste natural até à naturalidade em que existia o teu corpo visível e tocável e redutível ao imediato da fisiologia. Porque essa mesma fisiologia te era como se a furtasses ao meu domínio e conhecimento, mesmo quando te conhecia desde a fluidez íntima de ti, do mais recôndito e proibido de ti. Qualquer coisa me furtavas sempre e ficavas inteira na tua inviolabilidade reclusa, no teu mistério por desvendar e eu não sabia o que era. Qualquer coisa que te restabelecia na distância de ti a que eu nunca poderia aceder, que te reservavas para ti, para a tua independência e a minha dolorosa sedução. »
in Para Sempre de Vergílio Ferreira (*)
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dias de contentamento: sentar no chão, junto aos livros lidos, sem saber dos relógios, reler sublinhados