la caisse du mouton
Antoine de Saint-Exupéry

as meninas grandes não chamam pela mãe *

atenção aos links, a maioria deste palavreado não é meu, é mais uma colagem da margarete
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* Vou, vou-vos mostrar mais um pedaço da minha vida: Seca, Atentados, Energia, Sem-designação-possível, OTA/TGV, Soares? Cavaco? Freitas? Alegre?, eu sei que preciso urgentemente de férias. Esta merda não anda porque a malta, pá, a malta não quer que esta merda ande, tenho dito. A culpa é de todos, a culpa não é de ninguém, não é isto verdade? Quer isto dizer, há culpa de todos em geral e não há culpa de ninguém em particular! Somos todos muita bons no fundo, né? Somos todos uma nação de pecadores e de vendidos, né? (...) Hão te convencer de que a culpa é tua e tu sem culpa nenhuma, tens tu a ver, tens tu a ver com isso, não é filho? Cada um que se vá safando como puder, é mesmo assim, não é? Tu fazes como os outros, fazes o que tens a fazer, votas à esquerda moderada nas sindicais, votas no centro moderado nas deputais, e votas na direita moderada nas presidenciais! (...) oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe... (...) Mãe, eu quero ficar sozinho... Mãe, não quero pensar mais... Mãe, eu quero morrer mãe. Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viajem ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe... Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias, lembrar o depois do adeus, e o frágil e ingénuo cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar...
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tentamos comunicar uns com os outros, no final ouvem-se Are you talking to me? e aqui andamos, perdidos entre traduções.
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sem arte, de nacionalidade dupla, burguesinha, filha de emigrantes, malabarista de profissão, eterna aprendiz da linguagem e da voz, faltam-me vidas. sou a margarete, idade flutuante, já nem sei de onde, muito mais viva que morta (sim), aprendendo recentemente que posso assumir a minha prestação, sim, contai comigo com o que há de mim.

I'm sandra aka margarete ~ acknowledgeyourself@gmail.com












































Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.


Alberto Carneiro