la caisse du mouton
Antoine de Saint-Exupéry

Dançar dans tes bras

Tu ris, tu mens trop
Tu pleures, tu meurs trop
Tu as le tropique
Dans le sang et sur la peau
Geme de loucura e de torpor
Já é madrugada
Accord' accord' accord'

Image hosted by Photobucket.com

Mata-me de rir
Fala-me de amor
Songes et mensonges
Sei de longe e sei de cor
Geme de prazer e de pavor
Já é madrugada
Accord' accord' accord'

Image hosted by Photobucket.com

Vem molhar meu colo
Vou te consolar
Vem mulato mole
Dançar dans mes bras
Vem moleque me dizer
Onde é que está
Ton soleil, ta braise

Image hosted by Photobucket.com

Quem me enfeitiçou
O mar, marée, bateaux
Tu as le parfum
De la cachaça e de suor
Geme de preguiça e de calor
Já é madrugada
Accord' accord' accord' accord' accord'

Joana Francesa, Chico Buarque

são horas e respiro



alto patrocínio da Lebre

poluição sonora

ao cheirar a minha pele, é Silêncio que vais sentir no primeiro instante

daqui a exactamente 100 horas : )

Portuguese fishermen and boats, Nazare, Portugal.

© National Maritime Museum, London

que elas existem

acho que nunca falei delas aqui, das lágrimas turquesa. eu sei que ditas assim - lágrimas turquesa - parece que se fala de substâncias kitsch, desenganem-se, são substâncias espessas. assim como o vento, não se vêem mas abalam o rosto, são como a chuva amarela, ainda ninguém a viu mas toda a gente sabe que existe. isto para dizer que, na madrugada, fiquei entusiasmada porque pensei ter encontrado as lágrimas turquesa no Mondego. situação caricata que me levou a rir da ingenuidade, pois era o reflexo de um néon a brincar. um néon turquesa brincava no escuro do rio e eu pensava que havia encontrado as lágrimas turquesa à luz, agora iam todos acreditar em mim! a lua era quase quase vazia

password: *** **

Só tu e uma serpente
me conhecem por dentro
desde sempre

David Mourão-Ferreira

link a link...

... encho de sintonias o papo.
ide, ide, diz o Afonso, fui.
não passa semana (para não dizer dia) sem me levar a assentar arraial, que é como quem diz de mais um link à coluna aqui do lado. a plim fez-me sentir ping....................................pong.

mais depressa se apanha uma gulosa

reincidente, é a segunda vez esta semana. eu nem sei se é legal vender destas coisas, diria quase pornográficas, no bar de uma institiução respeitável. não tenho dúvidas que é uma provocação, ora! os meus colegas estão na praia e ouvem a toda a hora bóliiiinhas, bóóólas de Berlin! eu aqui, olho a vitrine e
Norma

as meninas grandes não chamam pela mãe *

atenção aos links, a maioria deste palavreado não é meu, é mais uma colagem da margarete
.
* Vou, vou-vos mostrar mais um pedaço da minha vida: Seca, Atentados, Energia, Sem-designação-possível, OTA/TGV, Soares? Cavaco? Freitas? Alegre?, eu sei que preciso urgentemente de férias. Esta merda não anda porque a malta, pá, a malta não quer que esta merda ande, tenho dito. A culpa é de todos, a culpa não é de ninguém, não é isto verdade? Quer isto dizer, há culpa de todos em geral e não há culpa de ninguém em particular! Somos todos muita bons no fundo, né? Somos todos uma nação de pecadores e de vendidos, né? (...) Hão te convencer de que a culpa é tua e tu sem culpa nenhuma, tens tu a ver, tens tu a ver com isso, não é filho? Cada um que se vá safando como puder, é mesmo assim, não é? Tu fazes como os outros, fazes o que tens a fazer, votas à esquerda moderada nas sindicais, votas no centro moderado nas deputais, e votas na direita moderada nas presidenciais! (...) oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe... (...) Mãe, eu quero ficar sozinho... Mãe, não quero pensar mais... Mãe, eu quero morrer mãe. Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viajem ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe... Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias, lembrar o depois do adeus, e o frágil e ingénuo cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar...
.
.
tentamos comunicar uns com os outros, no final ouvem-se Are you talking to me? e aqui andamos, perdidos entre traduções.
.
sem arte, de nacionalidade dupla, burguesinha, filha de emigrantes, malabarista de profissão, eterna aprendiz da linguagem e da voz, faltam-me vidas. sou a margarete, idade flutuante, já nem sei de onde, muito mais viva que morta (sim), aprendendo recentemente que posso assumir a minha prestação, sim, contai comigo com o que há de mim.

enfermaria # # #


[é] assim, sem maquilhagem, sem brilho no cabelo, sem brilho nos olhos, com brilho nos olhos

bom dia.

cheira à chuva na terra do Verão.

lucidez na descrição

«dói-me a voz, posso mesmo dizer: a minha voz dói-me»
anónimo

[imbróglio] (aparentemente) simples

cuidar dos outros é mais fácil do que cuidar de nós próprios. se não cuidamos de nós próprios, não temos condições para cuidar dos outros. é mais difícil cuidar dos outros quando não cuidamos de nós.

[.]

ping.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
..

.
.
.
pong.

.
.
.
.
.
.
.
.
.
.

este espaço não cabe onde posso falar.

.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
acção
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.

reacção.
vou ali
já venho
.
.
.
.
.
.
.
pingue
.
.
.
.
.
.
.
pongue.
.
.
.
.
.
.

o (popular) erro [popular]

confundir conhecimento de facto com bom senso.

o (popular) erro [popular]

confundir bom senso com senso comum.
070905.gif

acção

Domingo à noite, invariável e inevitavelmente, faz-se a revisão do fim de semana, espreita-se a agenda da semana que começa dentro de algumas horas. não consigo saber o que poderemos fazer.

who?

me?!...
All-Bisque Kewpie Doll - Reissued Version

plain

- do you want some more wine?
- water, please

[that's it for the story of simple pleasure(s)]

bicho carpinteiro

nas rectas finais fico sempre apinhada de ideias. chega o final do ano lectivo, vão-se embora os aprendizes de aprendiz, meia tasca vai de férias (especficamente, o colega que fica imediatamente antes de mim na linha de montagem) que leva à diminuição significativa do trabalho de braços. chega o momento de pegar nos projectos que faço para quando houver tempo, e reconheço o prazer dessas outras tarefas. a questão é que acabei de perceber que ainda estou insatisfeita. ora! pensar em cortar o cabelo e em mudar de template, só pode ser sinal de cansaço! prometi-me que corto o cabelo e mudo de roupa ao blog só depois do regresso, de onde me encontro a cada estação estival. até lá, não sou de confiança no que respeita a estas decisões. que diabo, cachopa irrequieta.

tarefa do dia

.
.
.
.
m ........e ........d........ i ........r

.

.

.

.

b ....... [ engolir ] ......m
.
.
.
.
.
(a s)
.
.
.
.
.
.
.
p ....a ....l ....a ....v ....r ....a ....s
.
.
.
.

air

- [silence]
- [a smile]

[that's it for the story of a nice greeting]

a legitimidade do silêncio

22/05/2005, 13:58 Pm, edit: permito-me a reformulação deste post, porque não falou o que eu queria dizer e interferiu com sensibilidades que me são queridas

porque tudo tem o seu tempo, aquele blog
termina mesmo ali, este morreu de velho, neste e neste é tempo de [no comments]. a legitimidade do silêncio.

assinatura - rubrica

Dad's Briefcase
Dad's Briefcase, 2000, Mitch Epstein

tem qualquer coisa de hoje é o primeiro dia do resto da tua vida. apanha dias do mundo, como são todos os dias. este vai ficar marcado - por fora: o fogo, o desgoverno, a pasta que eu já segurava; por dentro: a irmandade e a pasta que eu já segurava. tem qualquer coisa de matrimónio. tem qualquer coisa da possibilidade, demasiado presente, de divórcio. é segurança, não há que o negar. porquê divagar sobre esta condição? humana. (se ela existe, e com estas condições) cá vou, andando. esperando não perder a paisagem. para quê ter o ignaro remorso de existir? hoje é um dia qualquer, mais um primeiro dia. enfrente-se, de fio a pavio, com esperança que algo sobeje.

A principio é simples, anda-se sozinho
passa-se nas ruas bem devagarinho
está-se bem no silêncio e no burburinho
bebe-se as certezas num copo de vinho
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo, dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado, que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E é então que amigos nos oferecem leito
entra-se cansado e sai-se refeito
luta-se por tudo o que se leva a peito
bebe-se, come-se e alguém nos diz: bom proveito
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
olha-se para dentro e já pouco sobeja
pede-se o descanso, por curto que seja
apagam-se dúvidas num mar de cerveja
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar, sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E entretanto o tempo fez cinza da brasa
e outra maré cheia virá da maré vazia
nasce um novo dia e no braço outra asa
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida.


Sérgio Godinho

luto

a lua está poderosa, é a força do calor que se repete no Tempo. não há espaço para se ser. a noite prolonga-se com ouvidos junto às telefonias, é a crise. as medidas, são as da magreza bulímica, que teima em não mostrar os seus números e continua a beber a água toda.

awakening

- I didn't mean it
- yes you did, you just didn't wish it'd hurt me, thanks

[that's it for another story, of how people care for each others]

[ ( in) ] - [ ( out) ]

a ligação foi feita, as palavras trocadas, o que chegou trouxe o cheiro das árvores queimadas e a dor de morrer em pé, aos bocadinhos, por culpa da [ ( in) ] diferença.

indoors

- here you are, I made you some tea. sugar?...
- just a tiny spoon

[that's it for the story of how people start acknowledging each others habits]

prato do dia

se este blog tivesse uma coluna de recomendáveis de actualização diária, teria a forma duma ardósia que recomenda os pratos do dia, escritos a giz, o problema é que a clientela ia queixar-se por a ementa se repetir demasiadas vezes, para hoje: bombyx mori - recomendamos o psícofísico, medium-rare

memorando: luz verde para comunicar

tenho mais ou menos bom feitio e tenho mais ou menos mau feitio. era engraçado se me pusesse para aqui a tentar descrever-me. agora até me deu vontade de rir. saíria uma salganhada engraçada. só queria lembrar as pessoas que não somos máquinas, reformulo, queria dizer que não sou uma máquina. não controlo o que se diz aqui para que o ambiente seja cor-de-rosa. mas este espaço é meu, está aberto a todos mas é meu, pelo menos enquanto eu for detentora da palavra passe, que é como quem diz da chave da casa. quando tenho cuidado a dar uma opinião desfavorável não é para manter tudo sorrisos, é para evitar ferir sensibilidades, não procuro conflitos. . há sensibilidades às quais sou sensível e há outras à quais sou totalmente insensível e contra as quais (quase) sinto o dever de confrontar. enfim. é assim. são as relações humanas, é a comunicação. por aqui vai-se falando, umas vezes com mais afastamento, outras com mais despudor face à intimidade. este blog tem uma caixa para comentários porque gosto de saber de vós aí desse lado. gosto mesmo. mas a internet não é, espero que saibamos todos, o melhor meio de comunicação. na internet as pessoas ofendem-se mutuamente com uma facilidade que me impressiona, suspeito que são pessoas que não terão tanta capacidade de frontalidade se estiverem face a face com o outro. na internet acontecem mal entendidos enquanto o diabo esfrega o olho. e eu não gosto. tento uma vez, ou duas, as necessárias até desistir, é aqui que a internet é como a vida real, vamos tentando atingir um equilíbrio na comunicação. (façam o favor de não confundir a minha necessidade de paz com incapacidade de discussão de temas)

healing

- will you take me home?
- yes


[that's it for the story of a nice answer]

ó Miguel

é mais ou menos isso, sim senhores!

Tens razão meu caro Jean-Paul. O inferno são os outros. Sobretudo se eles estão na praia enquanto eu ainda aspiro os humores ensonsos do Mondego.

sinto-me bem.

hoje aconteceu uma coisa boa. muito boa. algo que eu aguardava há 4 anos. a minha vida fica igualmente desigual, eu sinto-me melhor. estou contente. muito contente. façam o favor de não serem curiosos e de me dar os parabéns : )
ah!... quero uma festa como o Carlos diz:

cálculos auxiliares

qualquer coisa, cuja origem não interessa, traz o sentimento de estar no local certo à hora certa. hoje tive um percalço matinal que me obrigou a andar a correr para chegar ao trabalho. (...) (...) (...) (não sei divagar sobre a efemeridade destas vidas profissionais) (...) (...) (...) por vezes, a lista do trabalho diário assemelha-se a um exercício de matemática que nos dá prazer a resolver. e não vale ir à página das soluções espreitar (se a houvesse).

abandono

há menos trânsito. há mais lugares para estacionar. não há filas no supermercado. há mais DVD's disponíveis na videoteca. nem por isso a cidade se torna mais fácil no Verão. valha-me o Mondego para a redenção do pecado da distância. a ilusão de ser peixe na água.
Image hosted by Photobucket.com

[silêncio]*

Chinese red-eyed red metallic veiltail

Chinese red-eyed red metallic veiltail

Chinese red-eyed red metallic veiltailChinese red-eyed red metallic veiltail
é manhã de um dia que se disfarça de segunda-feira [silêncio]*. porém, os dias não possuem a dissimulação suficiente para me desviar da pele [silêncio]*.
* ouvir [silêncio] como em Mulholland Drive

Chinese red-eyed red metallic veiltail

Chinese red-eyed red metallic veiltail
Chinese red-eyed red metallic veiltailChinese red-eyed red metallic veiltail

homeostase

mais uma estação estival. por tradição, vou ao mar. banhar o que sobrou. o sal arde nas feridas. entra areia para infectar. a sensação é de cura.

o vestido que me cobre os ossos

finalmente ganhei coragem de enfrentar o meu vestido preferido. aquele, de linho, alças finas, aquele, de cor desmaiada, que em nada favorece o meu tom de pele. aquele vestido, aquele que me desce o corpo, aquele. sim, sim, aquele, repito, aquele vestido que, quando se acabar, sei que não terá substituto, por mais que outro se arrogue favorecer-me a tez. aquele vestido é este que me cobre, como se se chamasse meu cobertor de lã. o vestido que me cobre os ossos. falta-me a carne, que teima em secar.

hOMEM. remorso de existir?

Deitado de costas, os braços cruzados sobre o peito, Kyo fechou os olhos: era essa precisamente a posição dos mortos. Imaginou-se estendido, imóvel, de olhos fechados, a face apaziguada pela serenidade que a morte concede durante um dia a quase todos os cadáveres, como se devesse exprimir-se a dignidade, mesmo dos mais desgraçados. Vira morrer muita gente e, ajudado pela sua educação japonesa, ele pensara sempre que seria belo morrer de uma morte sua, de uma morte semelhante à sua própria vida. Morrer é passividade, mas matarmo-nos é um acto. Logo que viessem buscar o primeiro dos companheiros, matar-se-ia em plena consciência. Lembrou-se, com o coração suspenso, dos discos do gramofone. Tempo em que a esperança ainda tinha sentido! Não voltaria a ver May e a única dor a que ele seria vulnerável era o sofrimento dela, como se pela sua morte ele fosse perante ela culpado. «O remorso de morrer», pensou, crispado de ironia.

La Condition Humaine, Malraux, in Interrogação ao Destino, Malraux de Vergílio Ferreira

não conheço outro mundo, real, que o da gestação do ódio. não me preocupa a dignidade do meu corpo post-mortem. aqui, onde não nos deixamos morrer as nossas mortes, não posso fingir esperança. lamentavelmante, são demasiado semelhantes às suas vidas, muitas das mortes. o ódio. a diversidade. a posse da verdade. a luz! a luz! trazem-nos a luz à porta, para que nos salvemos. para que nos salvemos. nos salvemos. vislumbro, desconfiada, uma espécie de sede, nessas bocas que salivam ao exclamar é a guerra!. e lamento, porque é necessário assustarmo-nos mutuamente? o medo. a culpa. a opção de viver à espera do castigo. como continuamos a conseguir ver as coisas belas, é o que mais me espanta.

quando se está longe

pelos 4 cantos do mundo, chegam a Portugal através de um blog, são a Snowgaze - Alemanha, a Pollijean - Alemanha, a Isa - Cabo Verde, a Maffa - Dinamarca, a Lua - Londres, a Ines - New York, o Gonçalo - Polonia e o Pedro - Trinidad. parece-me que viajarei até eles frequentemente! Portugal no Mundo

flesh and blood

estranheza. andamos todos a falar de ossos.

«Não me esqueci de te dizer: isto é só osso.»

«Ela pensou: é o fim do amor, os ossos dele não são iguais aos meus. »
Luís

«Os teus ossos não são iguais aos meus.»
Sofia

como é um homem bonito?

Image hosted by Photobucket.com
um homem bonito é um homem como este. quando a fotógrafa me apresentou a foto, o meu primeiro comentário foi ele é tão bonito!, foi preciso que ela me alertasse para o facto da guinness presente na foto, em primeiro plano. corei e pedi-lhe desculpa por ter ignorado a sua arte. à primeira vista, só consegui ver o homem bonito.

ferramenta

ceia

Visitou o cadáver daquilo que fora a sua casa. A glicínia já se vestira do sol. Não era uma ruína. Enfim, eram só paredes que sustentaram um telhado. Olhou a garrafa de whiskey, depois mudou de ideias.

jantar

merenda

regresso, antes do lusco fusco, a ilusão de polpa

almoço

pequeno-almoço

mercúrio

se não fosse tão Verão esta noite, desconfiaria do desfalecimento
asylum tales 4

à tarde, ao fim de todas as tardes. toda.

a tua nudez é minha. se quiseres, ofereço-ta. faz o que quiseres. mas, por favor, fica-te nu.

FAQ

Para que serve um blog?
Ecoam palavras e imagens, há ricochete, miscelânea de setas desorganizadas. O rolhão que parece ter sentido apenas onde se lê A nossa mesquinha contribuição para o mundo é um mundo mais estreito. Apetece apagar qualquer coisa, uma vontade sem inocência. Os posts publicam-se, remetem-se para rascunho, apagam-se, mas nem por isso têm o poder do não dito, do não intencional. Não têm um código escrito, não se arrogam ética e responsabilidades. Estranheza. Comunicação. Desmanchos. Talvez seja apenas o Verão. Talvez a eterna recidiva. Este post não está em código. Não o é. É tão só o que não consigo dizer, mas queria dizer. Honestamente, queria dizê-lo. E publicá-lo.
Sem perder o respeito pela sintaxe, mas sem um colete de regras. O rolhão que parece ter franqueza apenas onde se lê Não consegui dizer-te: não tenho a força, nem a suavidade. Não me esqueci de te dizer: isto é só osso. Não me lembrei de te dizer: vou-me embora.
Não volto a esquecer de saber que a vala comum não foi aberta ontem, nem neste 07 de Julho, mantém-se, está aqui, continua, dia após dia, macro e microcosmicamente, laboriosa e pacientemente a sugar-se-nos. Somos nós, não somos? Ninguém tem talento para mo negar: Somos nós, não somos?
all the king's horses, and all the king's men, couldn't put Humpty Dumpty together again

Não consegui dizer-te: não tenho a força, nem a suavidade.*

por causa *deste excerto, lembrei-me do facto de que as meninas, quando são matulonas, sabem que os meninos não têm de lhes dizer que vão tomar conta delas

Contos do Mal Errante de Maria Gabriela Llansol, vai imediatamente para a primeira página da lista de espera dos para ler

homem



Esta cerca, esta porta para o ilimitado,
e porquê?
Herdámos as cercas, os cadeados,
os muros, as prisões.
Herdámos os limites. E porquê?
Porque não rejeitámos na hora de nascer
o que nos concediam e o que não
abarcávamos? É que tínhamos que estar de
acordo antes de ser. Depois de ser e saber
aprende-se a cercar e a fechar. A nossa
mesquinha contribuição para o mundo é
um mundo mais estreito.

O mar, Pablo Neruda

tacto

tocava a quatros mãos*, todas minhas, lembrava-me dos amantes com mãos a menos, depois a memória trouxe os amantes sem boca. os meus dedos continuavam a tocar, pianíssimo, forte forte, a caixa libertou o cheiro da madeira convenientemente preparada para a vibração dos corpos, como quem bate em teclas. percebi que não há amantes com mãos a menos, nem bocas sem beijos, o que existe, não vos sei dizer, mas sei que acontecem beijos e mãos, tão só isso. aos beijos e às mãos, sábios, não interessa a existência complicada, apenas o resto do corpo.
fotografia © éme, mariana castro
.
,
,
* momento de pura ficção desta sonhadora, medrosa de pianos, um dia, um dia... he he, há que ter receios e sonhos de estimação!

xandar o barque, melher!



Nazaré, 1958, Arthur Griffin
: )

I'm sandra aka margarete ~ acknowledgeyourself@gmail.com












































Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.


Alberto Carneiro