la caisse du mouton
Antoine de Saint-Exupéry
Exalo o fumo da última inalação. Mais um
cenário doméstico de repetição. Escondo
o ruído das viações que circulam ali
em baixo. Descolo o tecido das peles
e amarroto o papel que separei da prata.
Incendeio o seguinte lamentando. Lamento
a esta hora uma infinidade de ai’s.
Agarro-me cheia de isto que tenho
sido. Picam-me os cabelos na cara.
Escapei da maternidade de que lembro


os lamentos. Ai. Penso mal de mim
que não esqueço ao queimar o fumo


a ocorrência do pescoço esburacado


queimado cerzido. Moo tanto os ai’s.
Arrancara-me daqui eu forte cumpriria
algo em honra de um pouco de sabedoria.
Abaixo as minhas aflições. Abaixo. Abaixo.



Amainada queimo lento este
agora percebo
a impressão das marcas que me dei com os pés.
Se for esburacada a minha pele.
É bem feito.
A execução destas coisas é
estranheza. Perturba-me escassamente
a urgência
pelos teus beijos.


ilustrações de Cláudia Santos Silva aka blue :)

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Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.


Alberto Carneiro