A casa acordou.
Estico o corpo para tocar todas as extremidades
do orvalho. Escancarei todas as brechas e fico
a olhar o milhafre que plana à nossa frente –
da minha fronte - da fachada da casa. Na verdade,
suspeito que não durma. Parece ser zelosa nos
olhos – a minha casa. Faz sentido. Que não durma.
Tenho os pés leves.
Aprendi com o gato. Mas não salto. (Nem rastejo.)
Mantenho-me descalça no chão da casa. Alivia-me
senti-lo. Faz sentido que siga para a cozinha. Hoje.
Tenho saudades.
Quero estar mais perto das minhas mulheres.
Planeio uma safra com tachos a tentar ouvir
as minhas mães. Quero usar as mãos, tê-las
a engrossar do vapor. Hoje, ao acordar dentro
da casa, cheirei terra. Faz sentido. É escusado
explicar que oiço o chilrear de passarinhos.
Um galo cantou.
Estico agora o corpo para dentro da feitura -
vou transformar alimentos e sentir-me mais
perto daqui para que pareça fazer sentido.
nostalgie, Claude Lazar