la caisse du mouton
Antoine de Saint-Exupéry

I n s o m n i a

o sono estava mau. não deixava a menina dormir. a menina rebolava rebolava. exercitava a levitação. pensava na palavra zen. desconhecia o conceito. as cobertas pareciam estar em perfeita condição para a deglutir. lutou umas horas. conseguiu safar-se do buraco que entretanto se abrira no centro do ninho. esticava as pernas e os braços. abertos em V. enquanto se manteve nesta posição, ria. lembrava-se daquela anatomia. brincava com a fisiologia. conseguiu evitar ser deglutida. o tempo passou e a menina aborreceu-se. não queria brincar mais àquilo. com cuidado, para evitar o buraco, saiu do ninho. foi pôr bâton vermelho. mas só depois de beber a caneca de leite, para não esborratar. quando voltou ao ninho, o buraco encerrara. uma luz emanava do centro, como se se tratasse de um néon. era convidativa. a cor, permitida pela luz, era diferente - entre o rosa e o vermelho. a menina mergulhou. o sono riu-se e disse que lhe passara a vontade de ser mau. os sonhos trouxeram um avião que levava a menina para longe. e ela podia ir! podia, mesmo! e foi! o guardião dos sonhos não deixou o pesadelo chegar perto da menina. quando acordou, pensou o meu bâton vermelho é mágico!

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Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.


Alberto Carneiro