la caisse du mouton
Antoine de Saint-Exupéry

Que farei qundo tudo arde? *

«Que farei no outono quando ardem
as aves e as folhas e se chove
é sobre o corpo descoberto que arde
a àgua do outono

Que faremos do corpo e da vontade
de o submeter ao fogo do outono
quando o corpo se queima e quando o sono
sob o rumor da chuva se desfaz

Tudo desaparece sob o fogo
tudo se queima tudo prende a sua
secura ao fogo e cada corpo vai-se

prendendo ao fogo raso
pois só pode
arder imerso quando tudo arde.»

Gastão Cruz, in As Aves, 1969

* Sá de Miranda
obrigada Luís
(:*)

sobre a beleza natural e a pessoa do tipo anti-social

bomdia, digo eu. bomdia. acordo com a casa em silêncio, mas é um silêncio diferente, o silêncio onde há duas crianças a dormir. tenho as provas que estão a crescer. há pouco tempo atrás estariam acordados desde as sete da matina, eu ter-me-ia levantado para preparar os leites e voltava para a cama adormecendo ao som dos desenhos animados. mas isso já não acontece com estes petizes, estou acordada há séculos, já arrumei a sala e a cozinha - o que sobrou do nosso junk-food picnic, já lavei roupa, já peguei no livro, já troquei sms's com os meus amigos anti-sociais - tenho uma queda especial para amigos pessoas tipo anti-social ou eremita, os meus amigos não se conhecem uns aos outros, apenas os nomes uns dos outros como se de uma rede organizada se tratasse e cada uma das células sabendo da existência das outras estivesse impedida de as (re)conhecer;
entratanto, o tempo desta manhã foi passando pelo que tive de ser criativa na forma de passar os minutos até ao acordar dos meus mais que tudo. olhei-me no espelho e vi o que é muito raro na minha face: três borbulhas no nariz! lembrei-me, imaginem, lembrei-me de tratar da minha beleza. pois é, lá cedi à teoria de que there's no such thing as natural beauty e enfiei-me na casa de banho, já de lá saí, nem por isso me sinto bonita, mas gosto desta sensação de pele esticada que a argila provoca, estou a adiar o seu fim, é uma sensação que interefere com qualquer coisa cá dentro, lembra qualquer coisa cá de dentro, este esticar da pele da face. recomendo.

replay

«Restauro

Quanto mais te desfaço mais restauro
o solar que por dentro sempre foste.»

David Mourão-Ferreira

esta senhora

Frida Kahlo / Autorretrato

Autorretrato, 1940, Frida Kahlo

... "the point of no return".

engraçado!
também lá fui, um cd que já não rodava há muito tempo

mas dos acasos que falo é esse "point of no return" que, juntamente com o grito cantado Christine!!!, fica em eco quando oiço o fantasma.

esterilidade não combina com fantasia

«Hoje descobri que é possível brincar com bonecas de forma perfeitamente estéril – durante quinze minutos, uma miúda com uns oito ou nove anos vestiu e despiu uma boneca, comentando com a mãe que outras roupas gostaria de coleccionar e porquê. Quando eu brincava com bonecas contava-lhes ou lia-lhes histórias. Depois, fazia-lhes perguntas sobre essas histórias. Como não abriam a boca, dava-lhes “Não Satisfaz” (tinham cadernetas). Se gostava mesmo de alguma, imaginava-a a dar respostas brilhantes e dava-lhe boa nota. Em dias menos sisudos, expunha-lhes teorias improváveis, irritava-me porque não as compreendiam e prendia-as (atirando-as para o vão de canto entre as estantes do meu quarto, de onde só poderiam sair a voar), não sem antes lhes gritar admoestações arrogantes, cobrindo-as de vergonha. Não serve isto para comparação: é uma constatação.»
acho que nunca estive tanto em desacordo contigo,
ver esterilidade na forma como essa menina desenvolvia a fantasia dela?

esboço

«Partiu-se-me o coração (uma forma de estilo porque os corações não partem podem rasgar mas não partem)
Partiu-se-me o coração porque vi uma forma sem estilo não tinha botas ou antes tinha botas mas eram sem sola porque não tinha pés nem pernas não tinha braços nem mãos nem dedos por isso também não tinha nós dos dedos no lugar da barriga havia um buraco era um buraco sem mamas por isso não havia fígado nem estômago o intestino era uma palhinha entre um buraquinho que substituía a boca e essa palhinha fazia cair os alimentos no chão os rins não eram rins eram um esboço embrionário por isso essa forma sem estilo fazia diálise e estava em lista de espera à espera mas essa forma sem estilo que tinha um chapéu onde não depositamos 10 cêntimos tinha coração e o coração não pode ser partido mas pode ser rasgado essa palhinha fazia cair os alimentos no chão na verdade fazia cair pão e água no chão porque nós sabemos que é só disso que essa forma de estilo precisa porque nós sabemos nós sabemos disso certamente parece, o coração não pode ser partido mas o coração pode ser rasgado.»

Sandra Cruz

não há cá medos nem meio medos (ouviste?!)

não nos interessa mesmo nada que seja outro ano. tá quase, vou esperá-los numa espera que faz saltar cá dentro. haverá sorrisos. :) . e é assim que vamos ficar. quentes, bem juntinhos, haverá pequeno almoço com risadas, gosto mesmo é dos xi-coração. sim, eu mando vir uma pizza e alugamos um filme. sim, podes dormir com o gato. sim, coca-cola. sim, gelados. sim, sim, sim. faço mousse, faço lasagna, faço torradas, o que me pedirem. sim, eu jogo ao party. sim, façamos um ataque de cócegas. está na hora, vamos buscar a mãe. a libelinha juntar-se-á a nós e seremos uma espécie das três mosqueteiras e o gostarzinho. ao desgraçado do meu coração ameaço, nem penses em me lembrar do medo que tenho pela felicidade deles.

o que farei quando tudo arde? *

quando tudo arde. agora que o meu corpo aprendeu a somatizar.

* título de António Lobo Antunes

não sei que diga, se é que deva dizer

não acontece muitas vezes, qualquer coisa, uma pequena coisa interna ou uma grande coisa externa ou qualquer situação do género que nos faz observar, não, observar não, sentir, sentir, qualquer coisa que nos faz sentir diferente, não é diferenteS. eu dizia que por vezes, raramente, acontece qualquer coisa nos faz sentir diferente e, depois, depois nada, nada. sentimos diferente e continua tudo igual à excepção desse sentir diferente. na verdade, não sei como dizer mas sinto diferente.
* não sei justificar o lilás

hoje

só consigo desenvolver o sentimento da vergonha, e estou envergonhada por isso

lomopatia aguda

só para dizer

um post só para reforçar o nãoseibemoquêportersidotãoescritapelaSandraCosta

reconheces o medo na nudez das árvores
mas entreabrem-se mistérios
se um só pássaro regressa à tua janela

reconheces o medo
na nudez das árvores
mas entreabrem-se mistérios
se um só pássaro

regressa à tua janela

reconheces o medo na nudez
das árvores mas entreabrem-se
mistérios se um só pássaro
regressa à tua janela

reconheces o medo na nudez das árvores mas
entreabrem-se mistérios se um só
pássaro regressa à tua janela

and so on...

desculpa as distorções Sandra, é um (mau) hábito meu que, francamente, considero patológico

uma prenda de Natal

acknowledgement

reconheces o medo na nudez
das árvores mas entreabrem-se
mistérios se um só pássaro
regressa à tua janela

não sei que diga, fico meio sem jeito, acho que é a terceira vez que me sinto tão escrita por alguém, a primeira vez foi pelo David Mourão-Ferreira, ironicamente, a segunda vez foi pela Cláudia Caetano e, agora, pela Sandra Costa

obrigada

minuto de silêncio

porque vivemos todos numa vala comum

vala comum



vala comum



vala comum


hoje

para ter os pés assentes no chão - missão quasi-impossível para mim - tenho de aceitar que seria difícil estar hoje onde estava há exactamente um ano. mas gostava de ter o brilho que tinha no olhar nesse ano atrás, um brilho natural e eu sei que ele existiu.

glamour?!

não, nunca lhe senti a falta. talvez lhe tenha caído em apreciação algumas vezes. nem por isso o dos filmes da primeira metade do século passado me fascina. tenho uns sapatos pretos de salto alto, muito bonitos por acaso, daqueles cujo modelo da forma dificilmente terá um aspecto desactualizado. às vezes dou com eles quando ando em arrumações, e calço-os, olho-me ao espelho e confirmo que o salto alto faz a perna mais bonita. volto a arrumá-los na certeza de que nunca os irei calçar para andar. definitivamente, eu não tenho nada em comum com o glamour. gosto dos pequenos gestos que não são produzidos. do teu cabelo emaranhado pela manhã. das remelas, gosto dos pequenos almoços com os meus sobrinhos de olhitos por lavar. a menina mágica quer leite frio com chocolate e não come nada, o gostarzinho quer leite quente com chocolate e torradas com manteiga, para a lítí, um biberão com leite simples, morno. pijamas com camisolas de interior e meias até ao joelho, roupões com cintos a fazer um nó grosso e pantufas. ver os desenhos animados, vestir roupas quentes por cima dos pijamas e ir brincar para a rua com o que o pai natal trouxe. olhar para o lado, os teus cabelos ainda emaranhados, aconchegados entre mantas e camisolas cujas cores não combinam - mas com a certeza de que há sempre qualquer coisa azul pelo meio. a árvore de natal enfeitada com fios de pipocas, tão colorida que mais kitsh não poderia ser, cá em casa não há dessas coisas glamour.

o joão

«quando morrer
Que ninguém saiba dizer como vivi.»


depois de receber um email colectivo que lhe enviei, respondeu-me ainda vives?, nem eu tinha dado conta há quanto tempo não nos falávamos, a última vez foi no Verão, uma sms à qual não respondi já não sei bem porquê e quando me lembrei já não fazia sentido. o contéudo é sempre o mesmo estás em O.? a resposta sim/não será seguida de um café? ou então... ciau, beijos. depois lembrei-me dele outra vez, a semana passada a coisa ruim fez link para ele num dos seus posts.
fui até O. para o natal em família, na rua, quando o vi de relance, saquei do telemóvel, vi-o a atender pelo que tive certeza ser ele - atravessou-se a rua, (...) então!... boas festas, fiquei a pensar porque é que nunca fiz link do hardblog? não sei.

Maria de Jesus Ferreira

as coisas que vêm à minha cabeça todos os anos são: I - a minha avó, Maria de Jesus Ferreira que completou 60 anos nesse 23 de Dezembro, acho que é facilmente compreensível como estas pequenas coisas são ditas com orgulho. Nasci no dia em que a minha avó paterna fez 60 anos. era sempre muito especial, mas ela morreu; II - o bebé da minha amiga que foi a enterrar no dia em que fiz 19 anos, (sem comentários); III - a minha mãe, o que passou para que eu nascesse - tentei boicotar a minha existência desde a gravidez, fui forçada a nascer e chorei noite e dia até ter 7 meses; IV - e o meu pai que me conta sempre a mesma história - no dia em que nasci ficou feliz e... engrossou-se, quis ouvir uma canção que se chama «já estás c'os copos» pelo que levou os amigos a ajudá-lo a virar a casa do avesso à procura do disco - um disco que ele nunca teve!!!
Les mains sur la bouche
Les mains sur la bouche, Jean Rustin

Sundays

chocolate chocolate chocolate chocolate chocolate chocolate chocolate


chocolate chocolate chocolate chocolate chocolate chocolate chocolate

deslarguem-me

se eu apanho o idiota que inventou a somatização
sou capaz duma loucura

o diabo a sete

não saberei música. gosto de tambores. batuques. muito. gosto que me cantem histórias. os mesmos erros que fizeste à primeira vez, farás à segunda e à terceira, que também tem vez, os mesmos erros. o piano, sempre rei, mas a concertina. por isso me conformei não saber música. tenho medo. pronto, está dito. tomada pelo medo. será assim: ele chega-se à porta com um sorriso, sorriso preparado cerca de 2 metros antes da sua chegada, estarei distraída e quando levantar a cabeça também esboçarei um sorriso. claro que serei desmascarada pelo meu olhar, de outra forma não poderia ser (pois, se ele o conhece desde o dia em que nasci). estou com medo. já disse que gosto de tambores?

Sete passos para ajudar a ANIMAL a pôr fim ao uso de animais em circos em Portugal

« As imagens que foram mostradas recentemente pela Associação Animal acerca dos maus tratos a que estão submetidos os animais nos circos é chocante e faz-nos repensar na capacidade de invertermos a situação.Faça a sua parte. Ajude a ANIMAL a pôr fim ao uso de animais em circos em Portugal.
Protegendo os animais, desejando que sejam livres e defendendo noterreno os seus direitos é um passo importante para a protecção da biodiversidade e um contributo muito grande que fazemos em prol de uma Ética da Terra. !


Sete passos para ajudar a ANIMAL a pôr fim ao uso de animais em circos:

1. Sempre que identificar a actividade de qualquer circo perto de si, seja em que zona do país for, por favor tente descobrir que espécies de animais tem esse circo, quantos animais de cada espécie tem, em que condições são mantidos no cativeiro e de que maneira são treinados e usados nas actuações. Por favor, recolha esses elementos e partilhe essa informação com a ANIMAL, através de info@animal.org.pt.

2. Tente sempre registar, em fotografia ou vídeo, imagens da maneira como os animais são mantidos nas jaulas desses circos e de possíveis manifestações evidentes de violência contra esses mesmos animais nos treinos e nas actuações e, por favor, partilhe essas imagens com a ANIMAL, contactando-nos através de info@animal.org.pt.

3. Alerte a sua comunidade local, os seus familiares e o seu grupo de amigos e conhecidos para a crueldade que é manter animais em circos e usá-los em actuações circenses. Reforce, junto das pessoas com quem contacta, o apelo ao boicote aos circos com animais. Apele às escolas, empresas e outras instituições que conhece para que não organizem visitas a circos com animais.

4. Escreva para a secção de opinião dos leitores e para os editores dos jornais locais e nacionais e partilhe com os outros leitores dos órgãos de imprensa escrita que lê as razões pelas quais o uso de animais em circos deve acabar e por que se justificam estas preocupações éticas. Em www.Animal.org.pt, saiba o que sofrem os animais em circos e encontre aí a informação que precisa para ajudar a ANIMAL a expor o mal do uso de animais em circos.

5. Escreva, por e-mail, por fax e/ou por carta (via postal) para as juntas de freguesia, médicos veterinários municipais e presidentes das câmaras municipais da sua área, dizendo-lhes que manter animais em circos é errado porque atenta contra as necessidades biológicas, psicológicas e emocionais mais elementares destes animais, cuja actuação forçada em circos só se consegue pelo condicionamento e treino violentos. Escreva a estas entidades e diga-lhes que, como cidadão/cidadã e como munícipe, não quer que o seu concelho seja palco de espectáculos de circo com animais, que têm vidas miseráveis para que o seu uso seja possível, pedindo a estes autarcas que não autorizem a presença de companhias de circo com animais nos concelhos que administram.

6. Contacte a ANIMAL para obter mais informações e imagens do sofrimento dos animais em circos. Informe-se em www.Animal.org.pt e organize sessões locais de esclarecimento acerca do sofrimento dos animais que são usados em circos para que mais pessoas fiquem a saber por que razão não devem visitar circos com animais.

7. Junte-se à ANIMAL e torne-se membro de uma comunidade de milhares de pessoas que integram nas suas preocupações diárias a maneira como os animais são e devem ser tratados. Seja da espécie que ajuda. Seja da espécie ANIMAL. Contacte-nos através do info@animal.org.pt.

A ANIMAL acredita que todos os animais – com especial destaque para os animais selvagens – não pertencem aos circos. Acredita que as características biológicas dos animais são absolutamente incompatíveis com a sua manutenção em jaulas exíguas, enferrujadas, sem higiene, onde são mantidos durante todo o tempo entre as actuações e os treinos, com alimentação e abeberamento insuficientes e irregulares. Acredita que, além do mal que é manter animais neste ou em qualquer outro tipo de cativeiro, é ainda menos aceitável treiná-los através da força do chicote ou da paulada, do uso do aguilhão eléctrico ou da electrocussão para que, por exemplo, ursos andem de bicicleta, babuínos montem póneis, tigres ou leões saltem por entre arcos em chamas ou elefantes se sustentem em duas ou numa só pata. Acredita que esta crueldade é um absurdo e que o circo ideal não tem nenhum animal. E, por fim, a ANIMAL acredita que o uso de animais em circos deve acabar. Se também acredita nisto, não visite circos com animais. »

tenho de ser cuidadosa

qualquer coisa se passou com as proporções. não sei se foi durante a noite, se durante um qualquer sonho ou pesadelo do qual não me lembro. pode ter sido ainda ontem, antes de me deitar. pode ter sido ao contacto com o mundo, hoje de manhã. não sei como foi, mas sei que não gosto. as minhas mão estão diminuídas, os dedos encurtaram. as minhas mão estão mais pequenas! pior, parecem malévolas. estou assustada. por precaução, tentarei não tocar ninguém até que voltem ao normal. tenho esta esperança, olhar as minhas mãos e perceber que voltaram e que não têm intenções independentes de mim.

Coimbra # 2

NÃO COMPREENDO. NÃO ACEITO. as pontes de madeira do Choupal estão em mau estado, solução: estão fechadas, nem um sinalzinho de obras para iniciar, apenas os habituais sinais à la portuguesa de que ficará assim por muito tempo. resultado: o tal do percurso de manutenção está interrompido. NÃO COMPREENDO. será que o Choupal não merece ser tratado com urgência? (IDIOTAS) (e direi pior, sem me começa a aquecer o sangue) dão-nos uma amostra de parque de plástico com um urso imitador do Guggenheim de Bilbao, mas o nosso é revestido a relva artificial (!), deixam os lindos bancos namoradeiros uns metros mais acima a cair aos pedaços, não tarda a ser manchete dos jornais locais a queda dos mesmos ao rio. pá! o Choupal? o Choupal de Coimbra do Choupal?! ser tratado assim! (parvalhões) eu nem me importo que não esteja todo arrumadinho, num qualquer projecto de melhoramentos, ainda se lembravam de fazer dele um jardinzinho de roseiras, mas a situação actual é inadmissível!

Coimbra

Sérgio Godinho, 5ª feira, TAGV, corram, já há poucos bilhetes


espelho meu espelho # 2 (post roubado)

auto-retrato em retórica

in my dreams


to not like or not to like

pertecem a um grupo de pessoas que não gostam de pessoas
não gostam uns dos outros
pela regra do não gostar, nem de si próprios, pessoas, gostam

presentes

não sei explicar como foi, afeiçoei-me às ovelhas. o lindo é que todos vão compreendendo essa afeição.


obrigada

querido pai natal

venho, por este meio, pedir-te a minha prenda de natal. para que saibas, não fui uma menina assim TÃO má, confesso que não tive muito cuidado com e reutilização de papel de rascunho mas reciclei tudo o resto que me foi possível. não andei de autocarro e desloquei-me como uma burguesinha no meu carro sem ajudar a poupar o ambiente ao monóxido de carbono. ainda não deixei de fumar. e fui preguiçosa todos os dias para me levantar da cama e ir trabalhar. mas como acho que não são pecados muito graves e sei que não faço como os outros meninos que te enchem de listas enormes, sou mais modesta e só peço uma coisa - o prémio da lotaria de natal. sem outro assunto de momento, um beijinho para ti e para os senhores duendes. da tua amiga,
margarete

as árvores no Inverno

uma colega que viveu a infância na Beira Alta, gostou muito da imagem que tenho no ambiente de trabalho do pc, disse-me que se chama cinchelos*, que o pai lhe trazia um raminho de oliveira quando saía no Inverno com o qual ela brincava até derreter o gelo, de repente, apareceu uma imagem tão linda na minha cabeça
* não sei se é assim que se escreve, ou sinchelo - não encontrei no dicionário; alguém conhece o termo?

produto não-transgénico

tirem um tempinho para ficar por aqui

gingerbread


pela lógica, hoje seria dia de fazer gingerbread men and women

1 cup brown sugar blended with
1/2 cup lard or other shortening.
1 cup molasses mixed well with this.
2 teaspoons baking soda in 1 cup boiling water
(Be sure cup is full of water after foam is run off into cake mixture).
Mix all well.

To 3 cups of flour have added one teaspoon each of the following spices: ginger, cinnamon, allspice, nutmeg, cloves; and 1/2 teaspoon salt. Sift all into cake mixture and mix well.
Add lastly 2 well-beaten eggs.
The mixture should be quite thin.
Bake in a moderate oven for thirty minutes.
Raisins and, or, candied fruit may be added and a chocolate frosting adds to the goodness


não sei porquê, nem estou preocupada (por agora)

- e a internet?
- a internet? sim.
- então explica
- sei lá explicar isso...
- [ar de dúvida/mode]
- ópá! por exemplo, eu chego a casa, digo olá ao manji, tiro o casaco, começo por acender velas e o queimador de óleo, entretanto já terei ligado o pc e o leitor de cd's, entre os rituais diários não ligo a tv senão quando sei que me vou sentar à frente dela, mas o pc já faz parte. e tu sabes, a quantidade de vezes que fizémos ou vimos qualquer coisa e depois dissémos haveremos de ver o que há no google sobre isto...
- sim sim, eu não disse que a internet é a versão virtual de satanás
- [laughs out loud/mode]
- [smiles in return/mode]
- o tema está, de facto, muito badalado, há gente a estudar o fenómeno desde que começou, e é claro que o blog-boom veio trazer novas questões. se eu tentar, não te saberei dizer muito bem para que serve ter um blog, posso sair-me com uma série de motivos que irão desde a partilha à necessidade de partilha, passando por outros tantos parâmetros que nada têm que ver com partilha. qualquer coisa assim, talvez... e, daí... se me puser a matutar acho que não chego a lado algum. tenho um blog. pesquiso todos (ou quase todos) os dias na net um assunto qualquer. participo num fórum, embora esteja inscrita noutros. falo no messenger com pessoas que estão demasiado longe e para as quais fica muito caro telefonar. o que é que posso dizer? olha: sou uma pessoa da nossa geração. [smile/mode]
- [smiles in return/mode]

oração para a ceia de Natal

frio frio

ir à escola era assim: chegávamos e descalçávamos as botas enlameadas de neve para calçar pantufas ou sapatilhas. vínhamos engordados com fatos almofadados que não nos deixavam baixar os braços, parecíamos um bando de pinguins coloridos. havia ainda as lancheiras, também coloridas, com termos e sandes de pão branco com manteiga de amendoin. uma vez instalados e livres de toda a armadura contra o frio sentávamo-nos no chão e ouvíamos histórias dos meninos índios, das montanhas e dos rios. era Inverno e eu vivia segura num círculo confortável - os meus pais e a minha irmã; a escola; a minha ama açoreana que eu partilhava com mais 15 ao fim do dia de escola; o Marcelo, os pais dele e as primas, a Sandy e a Stella; a minha casa e a certeza de uma árvore de Natal muito muito colorida sem espaço para mais bolas, a lareira cheia de season greeting cards e o cheiro à comida da minha mãe, ver a minha irmã a pôr batôn e o assobio do meu pai ao chegar a casa. era assim o Inverno frio frio da minha primeira infância.

Xmas lights over a blue night

Igloo in Alaska with Christmas Cheer, Tom Bol

pum

« (...)
Um homem luta contra o sangue
que derrama
em que cama
terá ele o seu repouso?
está ansioso? e como não?
não estaria quem pisasse
um desconhecido chão?
(...)»


Sérgio Godinho

tic

tictac tictac tictac tictac tictac tictac tictac tictac tictac tictac

pumpum pumpum pumpum pumpum pumpum pumpum

tictac tictac tictac tictac tictac tictac tictac tictac tictac tictac

pumpum pumpum pumpum pumpum pumpum pumpum pumpum pumpum

tictac tictac tictac tictac tictac tictac tictac tictac tictac

pumpum pumpum pumpum pumpum

tictac tictac tictac tictac tictac tictac tictac tictac tictac tictac

pumpum pumpum pumpum pumpum pumpum pumpum


esta noite só quero coisas bonitas

quero uma bicicleta, com cestinho

esta noite só quero coisas bonitas


Concert for Anarchy, Rebecca Horn

esta noite só quero coisas bonitas

esta noite corto os escritos dos outros a meu belo prazer

«A Noite Passada

A noite passada acordei com o teu beijo (...) / vinhas numa barca que não vi passar / corri pela margem até à beira do mar /até que te vi num castelo de areia / cantavas "sou gaivota e fui sereia" / ri-me de ti "então porque não voas?" / e então tu olhaste depois sorriste abriste a janela e voaste / por entre as algas teu cabelo boiava (...) / e então falámos e então dissemos aqui vivemos muitos anos (...) / cheguei-me a ti disse baixinho "olá", / toquei-te no ombro e a marca ficou lá / o sol inteiro caiu entre os montes / e então olhaste / depois sorriste / disseste / "ainda bem que voltaste" »

Sérgio Godinho

esta noite só quero coisas bonitas


praia do norte, Nazaré

esta noite só quero coisas bonitas

esta noite só quero coisas bonitas. só quero. eu quero. poderia dizer só queria mas digo quero, porque é o que eu quero. a tal coisa a que se pode chamar birra, fechar os olhos ou outra coisa qualquer que não me interessa agora saber qual é. sim eu sei que neste preciso momento há por aí muita coisa a passar-se, muita gente cuja vida está do lado de lá da noite. eu sei, não sou assim tão totó. eu sei que algures alguém está a ser abusado. eu sei que algures alguém está a decidir pôr termo à sua vida. eu sei que algures uma mãe está a perder o filho. eu sei que algures uma mãe está a dar à luz um filho que nasceu para sofrer. eu sei que algures alguém põe as mãos à cabeça porque não sabe como pagar uma dívida. eu sei que algures alguém não jantou porque não tinha dinheiro para a comida. eu sei que algures alguém não jantou porque foi hoje informado que tem uma doença fatal. eu sei que algures alguém não compreende como é que ainda há lugar no mundo, como é que ainda há lugar para alguém sorrir. eu sei que algures alguém olha com desdém quem ainda consegue olhar uma obra de arte e ver-lhe beleza no meio de tanta merda. eu até sei e, no entanto, consigo o sentimento de apenas querer coisas bonitas para esta noite. esta noite eu só quero coisas bonitas.

so, today's Tuesday hey?

ontem já passou

ok, mais este post e, por hoje, calo-me

LOOOOOOOOOOOOOOL

obrigada pela possibilidade de gargalhada!
..........................................................................................................................


no bar continua o pai natal e não fui a tempo de fazer a minha oração porque já tocava o sax e sambava, agora, ao lado, uma caixinha para as grojetas natalícias aos funcionários do bar - imaginem que era MESMO natal todos os dias!
por lá, pelo bar, vagueavam as cabeças de ligeiros acenos, as cabeças dos mini-mini-lobbies,
por quem sois, margarete (?), tsc tsc tsc, a fazer juízos de valor!

comunicar # 0 (# 6)

- não acredito, pronto
- não é uma questão de crença, é uma questão de visão, os factos
- ai!
- o quê? o que foi?
- não te vejo!
- não existo?
- [laugh out loud/mode]
- [laugh out loud/mode]
- existes, mas não és um facto

- faço café?
- não, faz chá, de funcho
(...)

- se faz favor

comunicar # 0 (# 5)

- o livre-arbítrio?
- sim
- depois te digo
- quando?
- depois
- ó!
- e há um texto
- um texto? qual? [curiosidade e interesse/mode]
- depois te digo
- quando?
- depois

da ya think it's your business?

sim, euforia, porquê? há algum problema com isso?

wow!

hoje é preciso ter cuidado comigo! a distracção está na ordem do dia, passei umas páginas à frente e vi a agenda para a próxima semana, para mim hoje seria segunda-feira dia 06 de Dezembro! ainda bem para a clientela que a minha tarefa não é de bisturi na mão!

comunicar # 0 (# 4)

- what are YOU looking at?!

espelho meu espelho

entretanto enganei-me, vi mal a minha agenda para hoje, está cheia, amanhã é que está livre, pensei que era ao contrário, vai ser bonito vai!
entretanto passei à frente do espelho que existe no meu gabinete, nunca vos disse - cerca de 60% (estimativa ao alto) do meu trabalho é realizado à frente do espelho; não, não sou bailarina, sou malabarista - olhei-me e vi que hoje a minha cabeça está repleta de caracóis, ou, diria antes, canudos de cabelos
relaciono as metamorfoses do meu cabelo com as metamorfoses de dentro; quando era pequenina de pensar que o meu pai me poderia proteger para sempre e não sabia coisas e não sabia que as não sabia, tinha uma autêntica carapinha; depois, cresci, cresci muito, 1m70cm, e o meu cabelo fico liso, nem um sinal de ondulação, era quando eu sabia que começava a saber as coisas que eu não sabia; de há uns meses para cá percebi que nunca, jamais, saberei, então o meu cabelo organiza-se por canudos
fico a pensar se também estarei a minguar em altura

post dirigido à colónia *

caro camarada protozoário, acedeste a este blog? atão, por favor, deixa aí a tua resposta, tens conseguido aceder à nossa casa mãe? é que eu não consigo desde ontem : /
* aos restantes visitantes peço desculpa pela ininteligibilidade deste post

aviso

existe uma suspeita de que hoje será o dia de mais posts desde sempre no acknowledge yourself

continuei zangada (cobarde, digo)

a caminho do trabalho tive uma visão daquelas que bem se podia transformar num trabalho fotográfico; do que resta de verde numa das colinas, cortada por uma estrada que percorro todos os dias inúteis, uma arrepiante escavadora surgiu no meio desse verde, assim, sem mais nem menos, uma pá amarelo-laranja ameaçadora - de quem cumpre as suas promessas; por este e por outros motivos apeteceu-me parar ali o carro, deixar porta escancarada, ou talvez não, e seguir um qualquer caminho, outro caminho

pop pop pop pop pop pop pop

it's not my fault!, they're the ones whom called it art, I'm just trying to get some culture here

comunicar # 0 (# 3)

- um duche
- boa ideia
- quente
- quente
- depois deste cigarro

comunicar # 0 (# 2)

- já sabes?
- não
- ah!
- pois
- então?
- então, o quê?
- nada
- pois

comunicar # 0

- e depois?
- não sei
- não sabes?!
- não
- ah!
- pois
- e?...
- e. nada.

NÃO PODE SER PEPSI NEM SPRITE!

Replay

«O Fugitivo

Um homem corre na noite
é uma imagem banal
podia ser em Madrid
ou Johanesburgo, ou em S. Paulo
ou Budapeste, Nova Iorque
ou Hollywood
ou é claro em Portugal
um homem corre na noite
é uma imagem banal

Porque foge? De onde vem?
porque olha para trás inquietado?
será soldado? vagabundo?
criminoso? ratoneiro?
será apenas o primeiro
dos que vão fugir com ele?
foge p'ra salvar a pele
só a sua? a pele dos outros?
a pele clara ou a escura?
quanto tempo vai durar a sua fuga?
quanto dura? o que espera?
o que espera o homem- fera
se chegar a quem o espera?
alguém o quer? alguém se acende
alguém o chora?
alguém por quem ele chorou
chorará por ele agora?
alguém que nunca o trairá
e se sim, onde será?
Um homem luta contra o sangue
que derrama
e diz: valeu a pena?

Que os barcos
voltem a subir o Guadiana
vindos de longe
do mar
Que os barcos
voltem a subir o Guadiana
descarregando à passagem
todo o trigo
que o cavalo esbaforido
chegue à relva, sua cama
que o fugitivo
encontre seu porto de abrigo

Um homem corre na noite
é uma imagem banal
esgueirado de holofotes
com a estrada que atravessa
se confunde
com o breu o seu corpo
se confunde
e se passa num muro branco
fica branco como a cal
tal e qual
o camaleão
é uma imagem banal

Um homem luta contra o sangue
que derrama
em que cama
terá ele o seu repouso?
está ansioso? e como não?
não estaria quem pisasse
um desconhecido chão?
não estaria de garganta afogueada
quem por nada
assim fugisse?
quem por tudo suplicasse
dai-me forças, dá-te forças
a ti próprio te confias
dá-te alento, dá-te tempo
dá-te dias
sobrevive de agonias
respirando sobrevives
sobrevive

Um homem vive
contra o sangue
que derrama
e diz: vale a pena?

Um homem corre na noite
é uma imagem banal
porque insiste? porque teima?
não há pânico na rua
não há fogo no quintal
labaredas? só nas camas
dos amantes
já distantes
chegam ruídos, utopias
quanto vale uma utopia?
vale tudo? quanto vale?
um homem corre na noite
é uma imagem banal

O que fez o fugitivo? porque corre?
se está vivo é porque morre
se morrer é porque o matam
se o matarem ,será justo?
inocentes são os culpados de outros crimes
de que culpa?
de paixão? de inconsciência?
será justo ou não será
desbaratar a inocência
tão a custo conquistada?
porque corre o fugitivo nessa estrada?

E agora para para agora
o homem para
para agora para agora
será que sente que chegou a sua hora?

É impossível
não é possível
correr tanto
e pensar tão
lucidamente
o coração
não aguenta
a cabeça também não
porque tenta
ultrapassar os seus limites?
provavelmente
é por vontade de viver
(quente quente ...)
que ultrapassa os seus limites
«Estamos quites!»
diz para o seu coração
«Ainda não, ainda não ...
sentes que valeu a pena?
se te obrigam a fugir
mais te obrigam
a chegar junto de ti
valeu a pena?» »

Sérgio Godinho



calo-me

crianças na janela, 1982, Cláudio Negrão

kit emergência

quando temos de fazer aquelas tarefas que nos fecharão em casa, há que ter um kit de emergência, cada um organiza o seu, no meu, por exemplo, há:


afinal, a chuva É fria

qualquer coisa está a mudar, surge uma fragilidade perante a chuva
Singing In The Rain, Nancy Minor

produto biológico

não percam as Coisas que ninguém diz e que toda a gente sabe

eu, tagarela me confesso frustrada porque não nos deixa espaço para um commentezinho que seja

comment to comment

a propósito deste relato, esta cara laroca dissertou, e eu digo cara laroca porque é mesmo isso, façam lá o link e vejam os olhos. pois, eu dizia que ela, a mola, respondeu:
«Hoje estou estranhamente comunicativa, porque até me está a dar, imagine-se, para falar sobre o Destino e do livre arbítrio, a propósito do que escreveu. creio que existe uma prédeterminação e uma presdestinação para o que nos acontece. (...) Bom, o que quero dizer (e entretanto já não sei o que é) é que quando ouço dizerem que nós próprios fazemos o destino, embora tal não deixe de ser verdade, suspeito que uma consciência dele nos é prévia, que há sinais dele que a nossa intuição percepciona (mas como a intuição não é Razão, a desconfiança, como um clique, acontece e não pensamos, na altura, no assunto). e que ademais há punições e recompensas, patrocinadas pela sociedade ou por não sabermos quem (eles, os "sei lá", andam no éter? ou eles são nós, energia cinética?) consoante as nossas opções de acção. e que toda a asneira/espertalhice que fizemos ontem nos é cobrada/recompensada dias a seguir. é que as coincidências são demasiado frequentes para não acharmos que aqui ou ali não haja coisas que nos fogem ao controlo absoluto. Desculpe se fugi ao seu tópico, de facto tenho este costume de, sem dar conta, desviar-me do centro e perder-me em pormenores por associação de ideias.
bom fim de semana.
bom exame.
tudo de melhor para o seu amigo.
e para si.»


pedir desculpas? fugir ao tópico? ná! nada disso, não acho que tenha havido qualquer fuga

Destino e livre arbítrio - ora! aí está! a «consciência dele nos é prévia» entendo-a como a noção que cada um tem da sua natureza, da sua essência, e que isso nos dá uma noção do que faremos com o Livre Arbítrio, logo, do que faremos do nosso destino, essa noção é isso a que chamas «sinais dele que a nossa intuição percepciona»

«punições e recompensas, patrocinadas pela sociedade» são as que nós próprios produzimos, parto deste princípio sempre, embora zangada com o Homem (logo, comigo) parto do princípio da minha responsabilidade pelo que se eu cometo o juízo de valor, estou a dirigi-lo a mim e possivelmente virá daí, também, a punição. acredito na responsabilidade individual, abomino a realidade da manipulação da(S) Instituição(ões) .
sim, a energia. seja de que forma se apresente, sempre tive uma sensação (e agora um pouco de mim, de dentro) de ser um rolhão de energia, a minha tarefa é tentar saber se é energia a ser trabalhada ou não, ainda não sei mas suspeito que sim, depois há outras tarefas relacionadas.
obrigada pelo cuidado com o meu exame e mais, com o meu amigo, em termos de vida vida - coração a bater, existe a fatalidade certa, mas agora o importante é o que se faz com isso. dói, pois dói muito, é quando os nossos queridos estão em causa que tudo da razão é relativizado, tornamo-nos um emaranhado (energético?) de emoção a gerir, para o outro, com o outro
beijo grande, cara laroca, muito bom fim de semana para ti!
e mais isto...


The Two Fridas 1939 , Frida Kahlo

ámen

tenho eu não tenho eu eu é que tenho razão tu não tens razão sou eu que tenho desculpa a razão tenho eu ah desculpa tinhas razão és tu que tens razão enganei-me não não faz mal porque percebei que eras tu que tinhas razão eu estava no engano a razão não estava comigo a razão esteja connvosco ah a razão eu tenho razão A RAZÃO ESTÁ COMIGO A RAZÃO a razão razão RAZÃO A RAZÃO EU TENHO RAZÃO DENTRO DE MIM milagre milagre avisem os podersos a razão está comigo

pensamentos inúteis - post inútil

naquele momento em que ainda não estamos acordados mas já não estamos a dormir e temos a certeza de que não estamos a sonhar, surge-nos os pensamentos mais estranhos. é certo que já não estamos no Verão, também é certo que desde ontem o tempo mudou, o céu escureceu e anuncia-se chuva, a humidade está aí. nesse estado vigil que descrevi, pensei hoje vou vestir a saia castanha, aquela com bolinhas brancas e as tiras turquesa. É UMA SAIA DE VERÃO. ALGODÃO FINO. !?! irrita-me gastar tempo a pensar inutilidades. e eu sei que vou vestir calças de ganga.

lista de Natal

# 1 seguro de acidentes de trabalho
# 2 dentista
# 3 reparação do carro
# 4 óculos novos (talvez só as lentes...)
# 5 botas
# 6 despesas habituais, porque é Natal todos os dias (casa, luz, água, gás, gasóleo e portagens, comunicações, etc.)

nunca se vê tudo

lá está! o constante engano de nós próprios. espreitamos as ideias, pensamos que vimos tudo. ha! ha! isso é que é um belo dum engano! olhamos as palavras que possivelmente representariam as ideias, atrevemo-nos a expeli-las e é aí que se dá o choque. começam os contornos às ideias, as palavras, pobrezitas, tentam por tudo explicar o que foi que se viu quando se viu as ideias, e não esquecer de que nunca se vê tudo. no final, contas feitas e percebe-se que é preciso começar de novo - para não cortar a comunicação, afinal, as coisas são para ser conversadas, não são? ao recomeçar, as palavras não estão preparadas porque a memória imediata diz que está cansada e a outra memória diz que a informação ainda não está processada. lá está! a comunicação passa a ser a vítima.

colecção de Natal, 2004

uma forma de decorar o natal *
são de metal e de madeira, não sei o sexo deles
tenho a certeza de que os teus são mais catitas
* quem sabe (?), podem ter um efeito espanta-carrapatos!

incongruência

relativamente ao post anterior, fica a decoração de Natal do acknowledge yourself

confissão

no bar há um Pai Natal, toca saxofone e dança uma espécie de samba, cada vez que vou lá faço uma oração secreta para que ninguém o accione. a música é triste.

abreviatura: CA

apresenta-se de mansinho, usa muitas cores, pode acontecer nas vísceras, há quem diga que o inferno é nos ossos, pode acontecer quando menos esperamos, já todos sabem que não acontece só aos outros, acontece muito na alma

vazio cheio vazio cheio vazio cheio vazio cheio vazio cheio vazio cheio
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cheio vazio cheio vazio cheio vazio cheio vazio cheio vazio cheio vazio*
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vazio cheio vazio cheio vazio cheio vazio cheio vazio cheio vazio cheio
vazio cheio vazio cheio vazio cheio vazio cheio vazio cheio vazio cheio
*cheio vazio cheio

já está digerido # 2

relato

relato dum pouco destes dias, dos meus dias. cá estou neste gabinete, à espera da coragem para assumir certas atitudes. o tempo e os dias até parecem conspirar a meu favor. mas há uma sensação de compromisso urgente. a 100 kms espera-me um exame. a 100 m há um amigo esperado pelo bloco operatório. a 1000 m há os travões dum carro que esperam arranjo. e fico com uma sensação da produção de um destino que cada um fez para si. estamos todos a ser aguardados. estará alguém a ser aguardado por nós? bem (ou mal?), há pessoas aguardadas por mim e só numa olhadela estupidamente egoísta cá dentro consigo compreender um pouco do que pode significar uma carta que chamamos "convocatória" com um dia e hora marcados, aguardamos, respeitosamente. hmmmm. prontos, comecei a escrever para fazer um relato tipo agenda do meu dia, dos precedentes e dos antecedentes, e acabo a pensar na urgência da gestão do compromisso para com outros, os que nos aguardam, os que nós aguardamos.

quick post

just to acknowledge there's a new link

TgC_comic339.gif (14844 bytes)

ontem lá fui ao supermercado, de tempos a tempos rendo-me à evidência de que as duas mercearias do meu bairro não me servem na totalidade as necessidades consumistas, fiz uma coisa diferente, já comprei uma prenda de Natal, assim, tão cedo, ao jeito de quem tem medo de esquecer o serão de 24 de Dezembro. desta vez foi a excepção, queria muito oferecer aquele piano à S. e sei que vai esgotar. excepção não foi o meu incómodo junto do tão badalado comércio do Natal. seria incapaz de escolher ali as decorações, as luzinhas lá para casa. é mais divertido fazer a reabilitação de lâmpadas antigas, juntar fitas de há 10 anos com bolas que já fizeram os meus natais de infância. este ano compro algo novo para a minha árvore. uma bola grande (ou talvez pequena) que será a primeira bola. a bola que marca o fim. e é com pressa que aguardo pelo dia de decorar a árvore de Natal. a do ano passado só foi arrumada em Maio ou Junho.

building jumbo planes

«Well I think it's fine, building jumbo planes.
Or taking a ride on a cosmic train.
Switch on summer from a slot machine.
Get what you want to if you want, 'cause you can get anything.

I know we've come a long way,
We're changing day to day,
But tell me, where do the children play?

Well you roll on roads over fresh green grass.
For your lorryloads pumping petrol gas.
And you make them long, and you make them tough.
But they just go on and on, and it seems you can't get off.

Oh, I know we've come a long way,
We're changing day to day,
But tell me, where do the children play?

When you crack the sky, scrapers fill the air.
Will you keep on building higher
'til there's no more room up there?
Will you make us laugh, will you make us cry?
Will you tell us when to live, will you tell us when to die?

I know we've come a long way,
We're changing day to day,
But tell me, where do the children play? »

Cat Stevens

já está digerido

... após um mês e cinco dias


OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

imagem



my friends all drive porsches, I must make amends



oh lord, won’t you buy me a mercedes benz

Janice Joplin

...

red berries, Autumn in T.


o Outono saiu verdadeiro esta manhã
o Outono daqui é laranja
o Outono de onde vim também
o Outono de para onde quero ir não é agora, agora é sol
gosto de cor de laranja mas páro sempre nos Outonos e Invernos vermelhos

não sei, se foi ela, se fui eu

Soul, visitor in the night

Yoshiro Tachibana

já lá vai

não me lembro se passava à Terça-Feira ou à Quarta-Feira, sei que é um dos locais do passado a que não voltaria, por tão confortável que era esse momento, havia apenas dois canais de televisão - programação limitada, por isso era com ansiedade que eu esperava pelo momento semanal em que poderia disfrutar de um episódio. tenho a certeza que atrevendo-me a rever... lá se ia a recordação!


I'm sandra aka margarete ~ acknowledgeyourself@gmail.com












































Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.


Alberto Carneiro