la caisse du mouton
Antoine de Saint-Exupéry

[ que esperar de nós? *]

digo

o aperto da ambiguidade

com serventia ao nosso coração
labora calmo, devastador
a arrepiar a intimidade

leio

«(...) quando falávamos os nossos olhos não coincidiam
com nenhuma palavra.


Teria gostado de te levar comigo outra vez
mas era difícil recuperar as razões
para o desejo. E no caso de nos ter acontecido uma mudança
onde é que havíamos de procurar
os seus indícios?
(...)»

Rui Pires Cabral

auguro

Muitos estamos desprevenidos. A estação está a desoras com a tradição e outros tantos, distraídos no traje, estão a banhos frios. Enjeitados.

Assim é este modo

(escrevo o exercício do adeus)

tudo
este engodo, a minha despedida

A estes dias vou embora,
não se inteirem, não é da doença
mas do decurso da cura.

Assim me engodo.
Tudo à frente de todos.
Esvazio-me com cuidado.

excerto do poema de Rui Pires Cabral e photo, ambos surripiados à lebre

* título do JPN, respirar o mesmo ar

I'm sandra aka margarete ~ acknowledgeyourself@gmail.com












































Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.


Alberto Carneiro