digo
o aperto da ambiguidade
com serventia ao nosso coração
labora calmo, devastador
a arrepiar a intimidade
leio
«(...) quando falávamos os nossos olhos não coincidiam
com nenhuma palavra.
Teria gostado de te levar comigo outra vez
mas era difícil recuperar as razões
para o desejo. E no caso de nos ter acontecido uma mudança
onde é que havíamos de procurar
os seus indícios? (...)»
Rui Pires Cabral
o aperto da ambiguidade
com serventia ao nosso coração
labora calmo, devastador
a arrepiar a intimidade
leio
«(...) quando falávamos os nossos olhos não coincidiam
com nenhuma palavra.
Teria gostado de te levar comigo outra vez
mas era difícil recuperar as razões
para o desejo. E no caso de nos ter acontecido uma mudança
onde é que havíamos de procurar
os seus indícios? (...)»
Rui Pires Cabral
auguro
Muitos estamos desprevenidos. A estação está a desoras com a tradição e outros tantos, distraídos no traje, estão a banhos frios. Enjeitados.
Assim é este modo
(escrevo o exercício do adeus)
tudo
este engodo, a minha despedida
A estes dias vou embora,
não se inteirem, não é da doença
mas do decurso da cura.
Assim me engodo.
Tudo à frente de todos.
Esvazio-me com cuidado.
excerto do poema de Rui Pires Cabral e photo, ambos surripiados à lebre
* título do JPN, respirar o mesmo ar
* título do JPN, respirar o mesmo ar