la caisse du mouton
Antoine de Saint-Exupéry

[ acknowledgements ]

(: já olhei para o calendário... uma data para me guiares num Sábado de sol pelo Martim Moniz
. . .

há dias assim, por isso mesmo, hoje apetecia-me estar enroscada no manji e na niky...

niky

(e tu fazias-me torradas com muita manteiga e leite frio com chocolate, fazias... n'era?)


hmm... ou então... passear... a serra da Lousã aqui tão perto...

[ no words or conversion, it's more like a song and less like its math ] [ body things ]

so we'll get it all together and stay. or we'll get it all together and go away. [ always keep on coming ] maybe figure out a few things. touch things to do and answer and ask about our bodies 'cause we never like to be that certain. we just don't wanna be worried about style.
(I'll keep my hair and get cowgirl boots)


pull my hair, Bright Eyes
[ then dig it up and devour ]

[ while I sleep my songs ]

quero das tuas coisas mundanas que me fazem perder os pés. no mundo. enfrentar a entoação da palavra paura. cortar-lhe as pernas rente aos cotos da esterilidade. um sprint de força cá de dentro e talvez possa dar a asas à ousadia do que ouvi chamar excentricidade. corresponder à coloração da pele, a tua hospitalidade. quero as minhas máscaras. são minhas!

Video of first single from upcoming Bonnie 'Prince' Billy album on Drag City, titled "The Letting Go". Video directed by Andy Bruntel

nota: objectivos a curto prazo - estudar muito para aprofundar os meus conhecimentos sobre as «artes modernas» a ver se consigo completar os requisitos para posar para um poema

Movie Still
Movie Still
Movie Still
Movie Still

[ bom-dia e coisas bonitas ]

Giralua - Carlos Daniel, 2006
Carvalhais, S. Pedro do Sul

bom-dia, coisas bonitas. lembro uma palavra em italiano - paura, e não me apetece tê-la no léxico activo. quero brincar com as palavras e ter coragem aos dias. por causa das coisas feias, procuro imagens novas que encontro - uma giralua! bom-dia :)

(: youtube beautiful gifts :)



David Bowie - Space Oddity Original Video, 1969

[ possibildade para o fruto seguinte: romã ]

Como se lentamente parisse amoras, respondi quando perguntou que olhar era aquele que me via sentir. Foi sabedoria, o acto com que as suas mãos se apoiaram algures no meu corpo - talvez nas ancas, à espera que me entendesse com os pequenos bagos.
Uma mão na solidão alheia é ternura.

[ eutanásia, conciliação e a solidão toda ] [ respectivamente silêncios ]

Não vejas o quanto cambiaste porque a solidão toda acompanha a soma das sombras. Dialoga, mas não percas de vista os monólogos. Uma espécie de voz humana que varia consoante o código que atravessas.



Homenagem


Altearei uma homenagem - a decisão. Será de barro nas minhas mãos. Molde do registo das oportunidades vivas com muito sono. Quando os meus braços tremerem gemidos, deito-lhe o meu olhar que servirá de fluído. É assim que amolecerei o tributo.

Não me parece justo deixar radicalmente narrado o objecto da homenagem. Não abalaria as nossas confianças, mas os ignorantes poderiam ficar confusos sem saber encontrar o significado da existência na solidão toda.


A solidão toda não falece e o medo tem as porções de bênção com a ressurreição.

Não busco tresmalhadas sentenças e promessas nas cantigas – como nos actos ordinários, mas tenho o impulso de as pintar – escritas - nas paredes da terra estival.

Respiro boca-a-boca a solidão toda sem medo de afiançá-la ao primeiro que ouse pedir contas.




Quando abeirares esta mensagem, ignoro, mas suspeito, acontecerá na tua solidão toda. Da homenagem, sabes, podes saber que a quietação teve lugar à medida que me afeiçoei à argila. E eu, digo do que gosto. Na solidão toda, o poder da minha morte, tanto céu e o reconhecimento após as nossas confianças. Gosto disto.

taking my helmet off [ see ya! ]


Ten, Nine, Eight, Seven, Six, Five, Four, Three, Two, One...
Liftoff!!!




space oddity, David Bowie

:)

saudades de casa


Chegámos ao dia em que nenhum de vós está por cá. Quando partiu o primeiro, não fiquei confusa, fingi que não partira. O segundo foi embora muitos anos depois, quis espancar o mensageiro que me trouxe a verbalização… “o teu avô… acabou de morrer.”. Soube que a avó velhinha não tardaria muito a juntar-se a ele.

Memórias, só as tenho desde os 4 anos e meio, quando os conheci. É assim a vida de emigrante.

O avô materno era o avô dos pães, de cabelo branco e braços a cheirar a farinha. À mesa, puxava a minha cadeira para a beira dele, ficava ali ao topo da mesa a vê-lo comer maçã com pão, um quarto de maçã para mim, outro para ele, com pão. Dizia “cachopita” e eu sentia-me menina amada. Foi o avô dos pães que me ensinou a jogar à macaca. É memória do meu coração num lugar seguro aquela em que o vejo procurar um pauzito e começar a desenhar linhas rectas no chão, procurar uma pedra cuja cor sobressaísse em relação à da terra e instruir-me como se joga. Saltitando.

O avô paterno era o avô do bigode, como o meu pai. Deve ter sido um dos homens mais fortes do mundo. Levava-me para o escritório e dizia que eu era a ajudante, foi com ele que aprendi a palavra factura. Depois, íamos para a cozinha e ele cortava fatias de queijo e de presunto, muito grossas, comíamos por intervalos, com as mãos, um bocadinho de queijo, um bocadinho de presunto, e pão. Servia-se de um copo de pinga para ele e ia buscar o copo grande para me servir de gasosa. No Outono, mostrava-me tudo sobre o azeite, de cada vez, como se fosse a minha primeira visita ao lagar. E dizia, muito grande, aos empregados “a minha neta”.

A avó velhinha, a minha avó velhinha! A avó paterna, a mãe do meu pai, e dos meus tios, e dos meus primos, a mãe de todos nós. A avó velhinha era uma mãe e dava-nos a bênção.

Morreram e ficou cá a avó dos pães, a avó materna. Uma mulher de armas, dizem ainda as pessoas da aldeia. Hoje trago-a muito comigo, o dia trouxe-me os dias com ela. Se foi o calor, se foi algo na luz, se foi tão só a saudade, não sei. Mas fica difícil fingir que não está cá. Queria chegar-me ao portão e chamar “Vó? Vóó?”. Queria lavar o pátio dela, com ela, de pés descalços e vassouras na mão a esfregar com omo. Queria fazer pão-de-ló e pargo no forno com tomate. Pôr a mesa com os guardanapos de pano e as colheres fundas fundas para a canja. Queria ir com ela lá abaixo à adega e escolher uma garrafa de vinho. Seguir até à fazenda e trazer uma couve e dois ou três pêssegos. Queria ir à loja, trazer o que ela tivesse escrito no papelito e dizer “fica na conta da minha avó”. Beber água sôfrega do cântaro depois de termos dormido a sesta no quarto da costura, que é o mais fresco. Queria levar a avó a passear de carro, fazendo a via sacra dos seus antigos clientes do pão, ela descrevendo “aqui era a Corteza, ficou a dever-me 500 escudos de pão, olha que na altura era uma fortuna em pão!”, “olha, deitaram abaixo a casa do Mota, era uma casa farta, havias de ter visto, ias gostar.”, continuar o caminho indicado por ela, deixar os silêncios em paz e ouvir, no final do trajecto, “és tal qual eu”. ‘Vó, tenho saudades tuas.

Tenho saudades.

Foram todos embora em dias de sol.

link & love poem

ali! ali! ide lá!

[ a alegria e a mansidão ]

Vês? Há dias pelos quais temos de esperar, e chegam. Gosto de te ver assim, mansidão. Vou ali escrever temas. Quero dizer pássaros, laranjeira e voo e tu. Estarei no calor. (não vais embora sem me dizer adeus)

[ done! ] [ cucurru cucu ]

the calendar is gone! o'well, sort of, but it's gone! hurray! the itsy bitsy tiny relief, tasks done. hip hip hurray! may this trapezist rest for a while. cheers.

Xenia on a couch, Michal Chelbin

uma das minhas canções de Verão

e de Outono e de Inverno e de Primavera






Ciclope











i like birds, eels

medidas de maturação



















Estes anos compridos
vivo-os à velocidade.
(cada unidade é um fruto)
Tanta vez esqueço
a palpação.









mahna mahna - birthday song - performance for my dearest friend

sou eu, a outra e o outro, a cantar para ti :P



...da troca de cromos com o Manel :)

mahna mahna :)
este, Hugo

link

para ver
para ler
para ver e ouvir e fazer! :)

[ antes da velhice ] [ ] [ performances alternativas dos burocratas em negação ] [ antes a velhice ]


vivia muitas horas fora do serviço. as horas fora de serviço dele eram horas fora de personagens inventadas, fora da sua vida oficial. ela recuara da vida oficial havia longos anos e refugiara-se num beco velho e branco e amarelo e fuschia. ele era um refugiado instântaneo que voltava sistematicamente à norma. (os dias e as horas eram incertos - assim que obtinha liberdade, ele enviava bilhetes a pedir autorização para as visitas) ela tinha rosetas. ele era encardido da face. ela dizia quantos anos vivia a cada vez que acontecia a troca de sentimentos nutridos e ele estirava os lábios. por vezes, ele distraía-se e deixava alastrar pela sua face algum rubor de vida. e ela sentia. aí, ele subia a um palanque de almofadas improvisado e dizia vida vida vida. ela ficava estendida na preguiça a olhar e a ser feliz. passavam muitos tempos a comer, comiam tudo e com muita força. sem normas, ela nunca quis saber o que estava do outro lado do portão que encerrara nos longos anos que antecediam este texto. ela não queria saber daquilo que, na verdade, não existia para além - ser feliz por períodos entre a legitimidade das normas não é condenável. é a legitimidade própria. - era feliz e sabia a segurança do segredo. o segredo tinha tanta força quanta a vontade que mantivessem daquela felicidade. um dia, ela reparou que a palidez da face dele tendia cada vez mais a um tipo de amarelo pouco sol. repudiou esse reflexo. era dele, para ele, não para ela. mostrou, convicta, que não queria tais sombreados. conhecia as cores de boa fé que havia escolhido há algum tempo. não demorou, içou a singela âncora e disse que era tempo de ele não regressar mais àquele beco. beijou de longe a face dele, pois o cuidado com o carinho era um dos seus bens. ele pôde continuar sistematicamente. ela pintou mais paredes fuschia e o chão de outras cores. é evidente a evidência desta história sem moral.

[ run the risk of being free ] [ all our heroes lack any conviction ] [ e também a estupidez didáctica do role playing ]

Quantas vezes? Diz-me. Quantas? Esta é a pergunta retórica. Na verdade, não é eloquência que espero na volta. Sabemos as normas sociais nos genes. Sabemos da eugenia. Aturamos a eugenia. E não a esquecemos da pele. As camadas são metáforas absorvidas. São como socalcos. A cada vez da lembrança do eugenismo, aparamos o cabelo. Não vale a pena contar pelos dedos ou fazer uso dos eufemismos. Podíamos tatuar (no sentido literal e não romântico) os agrafos dos pulsos. Podíamos. E podíamos esquecer que alguém nos contemplaria os pulsos. Podíamos. Não podíamos. Podemos. Voltamos atrás a reler a ideia à voz sussurrada e percebemos o limiar da possibilidade. O talento acontece no romantismo. A faculdade, acontece. O romantismo é só um abrandamento sobre como vivemos na miscelânea cruel que é a eugenia. Estreitamos o nosso laço sabendo que não somos de deus. E então se dão as graças por sermos estes animais com laivos de cios inacabados. Lanço um uivo para dizer o que és.
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the libertine, Patrick Wolf



I'm sandra aka margarete ~ acknowledgeyourself@gmail.com












































Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.


Alberto Carneiro