la caisse du mouton
Antoine de Saint-Exupéry

[ tea time ordinary thoughts ]

# O mundo encolhe e o mundo estica. A minha mente asneia e permite uma corja de desordens que me dista da pigmentação anilada. Este estadio mental é responsável pela apneia que manifesto. Por seriações desconexas o bulbo incha. Assim, a cabeça como um edema de características homogéneas, características atipicamente homogéneas.


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Desaprendo e detenho-me néscia sem saber o que fazer acerca do muro (é de cor anil e tem buracos), vacilo, olho, sei que há um provérbio sobre muros e a dicotomia entre força e sabedoria, lembro-me de qualquer coisa acerca do corolário desse provérbio que refere o modo de coexistir com os muros - as acções galgar e furar.


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Confesso a irritação com sentenças e manuais de vida. Ditados de princípios básicos de existência para padrões de dignidade, sabedoria, gozo, poder, e outros empreendimentos que tais. Que o mundo é grande e que o mundo é pequeno. Viver hoje como se amanhã fosse um último dia, ou antes, viver hoje como se hoje seja o último dia. E que a busca da sabedoria deve condizer com uma ilusão de eternidade. Que o urbano é diferente do rural e que o rural é melhor ou que o urbano é que é. Que a anarquia não serve e um deus também não. Atira-se a primeira pedra a lembrar ensinamentos sobre a mesma.


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E nesses dias em que tudo vem em catadupa e nesses todos os dias como este em que escrever é um mero acto, só mesmo um acto, talvez apenas um automatismo que nem é aferido na morfo-sintaxe (sem contar com semântica e pragmática). E nestes dias pequenas missões - que lhes chamo missões porque não são vocação nem destino e não respeito estigmas que neguem o conceito missionário - são resultados de opções e as opções são isso só isso, e as opções respeitam-se e conjuntamente se arcam.


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Dizia, nestes dias cumprem-se pequenas missões, cumpro as missões quotidianas e surgem-me flashes dos pequenos gestos e congemino sobre um gesto, ou dois, que sejam universais e penso numa chávena de chá. Quem diz chávena pode dizer malga ou caneca ou copo ou outros recipientes. Penso no chá e no acto de o sorver ou antes disso no acto de o preparar (e começo a pensar sem pontuação entre pontos finais). O acto de fazer chá não por ser uma moda que nem sei se está na moda pois essa apreensão é uma tontice claro que o chá é só isso essa substância admirável penso no acto da sua preparação e no acto da sua ingestão que é um acto de certa forma moroso pois a temperatura deverá aproximar-se do tolerável pela nossa cavidade oral e são actos tão feitos por nós homens e é bonito.


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Quantas pessoas terão fotos de instantes nesse ritual? Quantos de nós teremos sido captados com uma chávena na mão e um esgar a condizer com a circunstância simpática?


# Num estado um pouco trágico deliro e imagino alguém com uma foto sua na mão. Naturalmente com a possibilidade de lacrimejar.


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Não é uma novidade nem vai acabar esta fragilidade da miscelânea de sentir entre desalento e zanga. A minha mente entra em cismas sobre fotografias privadas da população com chávenas de chá na mão, e fica atipicamente heterogénea.


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Estaciona-se real no corpo a impotência. Esmoreço nesta debilidade e acordo mais tarde afortunada nos braços sólidos.


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Arrumo um pouco o corpo e discordo sobre o exagero na nudez. Percebo uma certa tendência deste dia para a contradição, mas sou recordada pelos braços sólidos da legitimidade para regressar.


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Regresso.


I'm sandra aka margarete ~ acknowledgeyourself@gmail.com












































Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.


Alberto Carneiro